[ad_1]


Política peruana viveu um 2019 de escândalos de corrupção e prisões de ex-presidentes no braço local da Lava-Jato, o que pode definir os rumos da eleição. Presidente Martín Vizcarra mantém distância da campanha dos partidos. Fachada do Congresso do Peru, em Lima
Guadalupe Pardo/Reuters
Milhares de peruanos vão às urnas neste domingo (26) para escolher a nova composição do Congresso. As eleições no Peru ocorrem quatro meses depois de o presidente Martín Vizcarra determinar a dissolução do Parlamento — manobra prevista na Constituição — após os deputados não aprovarem reformas (leia mais no fim da reportagem).
Os 130 deputados eleitos terão mandato curto — em abril de 2021, o Peru passará por eleições gerais, que incluirão também a escolha do novo presidente. Por isso, o pleito deste domingo é encarado mais como um termômetro do apoio a Vizcarra. Nisso, ele leva vantagem: a maioria dos peruanos aprovou a dissolução do Congresso, apontam pesquisas.
Manifestantes comemoram em Lima, capital do Peru, o fechamento do Congresso anunciado por Martín Vizcarra
Guadalupe Pardo/Reuters
Presidente do Peru, Martín Vizcarra, anuncia fechamento do Congresso e convocação de novas eleições
Peruvian Presidency/Handout via Reuters
Vizcarra, de perfil centrista, não participa ativamente do processo eleitoral nem está vinculado a nenhum dos partidos políticos. Porém, sondagens obtidas pela agência Reuters indicam que as siglas de centro terão vantagem nestas eleições peruanas.
Além disso, a votação ocorre em um contexto de prisões e investigações contra políticos envolvidos em casos de corrupção — inclusive no braço peruano da operação Lava Jato, em que parte da classe política foi denunciada por esquemas de propinas envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht. O escândalo levou à prisão de ex-presidentes, inclusive Pedro Pablo Kuczynsky, de quem Vizcarra era vice.
As investigações pressionaram ainda o fujimorista Força Popular, de oposição. Em novembro, a líder do partido, Keiko Fujimori, acusada de corrupção, deixou a cadeia após decisão do Tribunal Constitucional. A sigla liderava uma coalizão antes do fechamento do Congresso, mas as pesquisas indicam que a agremiação ficará apenas com a quarta maior bancada.
Congresso peruano fechado
Congresso peruano, em foto de junho de 2019
Cris Bouroncle/AFP
Martín Vizcarra declarou a dissolução do Congresso peruano após os deputados não votarem um projeto de lei vinculado a uma questão de confiança. Como era a segunda vez que os parlamentares não aprovavam uma proposta presidencial do tipo, o presidente tinha prerrogativa constitucional para fechar o Congresso. Veja na arte abaixo.
Como funciona a questão de confiança no Peru
Wagner Magalhães/G1
O projeto que levou ao fechamento do Congresso por Vizcarra era uma proposta para alterar o modelo de escolha dos juízes integrantes do Tribunal Constitucional. Era uma tentativa do presidente em evitar que a oposição, de maioria fujimorista, controlasse a mais alta corte do Peru.
O Congresso, então, ignorou o projeto presidencial. Face à resistência dos parlamentares, Vizcarra dissolveu o parlamento e convocou eleições parlamentares.
Logo em seguida, o Congresso aprovou a suspensão “temporária” de Vízcarra por “incapacidade moral” e nomeou para seu lugar a vice-presidente Mercedes Aráoz. Ela prestou juramento imediatamente depois. Porém, no dia seguinte, anunciou a renúncia ao cargo de vice-presidente e desistiu da manobra para destituir Vizcarra.
VEJA TAMBÉM: Quais questões estavam por trás do impasse entre Vizcarra e o Congresso
A destituição definitiva de Vizcarra estava prevista para ser votada no início de outubro. No entanto, a escalada da crise levou os responsáveis pelas Forças Armadas e pela Polícia Nacional a se reunirem com Vizcarra para demonstrar “seu total apoio à ordem constitucional e ao presidente”.
Relembre o fechamento do Congresso peruano no VÍDEO abaixo
Presidente do Peru defende decisão de dissolver o congresso

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui