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Longo mandato de Moi foi rapidamente marcado pelo aumento da repressão contra os dissidentes, as detenções arbitrárias, tortura de opositores e a corrupção. Presidente queniano Daniel Arap Moi, em foto de arquivo de 26 de agosto 1997
Alexander Joe / AFP
O ex-presidente do Quênia Daniel Arap Moi morreu nesta terça-feira (4) aos 95 anos em um hospital de Nairóbi. Ele governou o país africano com mão de ferro entre 1978 e 2002.
“Com profunda tristeza, anuncio a morte de um grande estadista africano, Sua Excelência Daniel Toroitich Arap Moi, o segundo presidente do Quênia”, anunciou o atual presidente do país, Uhuru Kenyatta, em um comunicado oficial.
O ex-presidente, que foi professor, morreu na madrugada ao lado da família, de acordo com relato do seu filho e senador Gideon Moi. “Morreu de maneira calma”, afirmou.
O presidente ordenou um luto nacional até o “funeral de Estado”, que ainda não teve a data divulgada.
Sucessor de Jomo Kenyatta
Moi chegou ao poder após a morte de Jomo Kenyatta, pai da independência do país.
“Foi um dos líderes na luta pela independência do Quênia e um fervoroso pan-africanista. A herança do falecido Moi o coloca sem nenhuma dúvida entre os maiores africanos “, afirmou o atual presidente.
O longo mandato de Moi foi rapidamente marcado pelo aumento da repressão contra os dissidentes, as detenções arbitrárias, tortura de opositores e a corrupção.
Daniel Arap Moi ajudou a estabelecer um sistema de partido único em 1982. Ele se declarava um fervoroso oponente da política multipartidária, que terminou por restabelecer sob pressão do clero, da sociedade civil e da comunidade internacional para as eleições gerais de 1992.
As principais vítimas de seu governo foram as elites culturais, os ativistas dos direitos humanos e os defensores do meio ambiente, como o escritor Ngugi wa Thiong’o ou a ativista Wangari Maathai, que venceu o Nobel da Paz em 2004.
“Os cidadãos comuns se tornaram alvo da repressão estatal. A tortura e a prisão se transformaram em algo normal”, escreveu o analista Daniel Branch, da Universidade de Warwick no Reino Unido, em seu livro sobre a política pós-independência no Quênia.
Ao mesmo tempo, Moi é reconhecido por ter contribuído para manter a paz em um país localizado em uma região que é cenário de conflitos violentos, incluindo o genocídio em Ruanda e guerras civis no Burundi e na Somália.
O governo prolongado de Moi foi marcado por denúncias de corrupção e desvio de recursos públicos.
Em um relatório publicado na década de 2000, a empresa de gestão de riscos Kroll afirmou que as empresas fantasmas de Moi e seus associados desviaram um bilhão de dólares do país durante os 24 anos de governo.
Grande parte do dinheiro desapareceu por meio de um sistema de falsas exportações, conhecido como o caso “Goldenberg”, pelo qual Moi nunca foi realmente investigado.
Os quenianos também sofreram com o desemprego e a inflação.
Nos últimos anos, analista lamentavam a lenta reabilitação da figura de Moi, que recebia com frequência a visita de importantes líderes políticos, que buscavam seus conselhos.

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