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Fase de defesa começa sábado, com advogados do presidente expondo seus argumentos até terça. Acusação tem pouca esperança de convencer senadores republicanos a votar por afastamento: ‘Eles não querem ouvir’, diz líder da minoria democrata. Os deputados do Partido Democrata Adam Schiff e Jerry Nadler (direita), da comissão de acusação, falam a jornalistas no Capitólio, em Washington, durante intervalo da sessão de sexta-feira (24) do julgamento de Donald Trump no Senado
Alex Wroblewski/Getty Images/AFP
Os democratas responsáveis pela acusação concluem nesta sexta-feira (24) sua alegação inicial no julgamento político contra Donald Trump no Senado dos Estados Unidos, referindo-se à acusação de obstrução do Congresso, depois de acusá-lo na véspera de abuso “flagrante” de poder.
A partir de sábado, começa a etapa de defesa, quando os advogados do presidente terão 24 horas, divididas em três dias até terça-feira, para fazer a exposição de seus argumentos. A sessão de sábado terá início às 10 horas (13 horas em Brasília) e deverá ter uma duração menor do que as anteriores, devido a um acordo entre os próprios senadores.
Segundo a acusação, Trump abusou de seu poder quando tentou pressionar a Ucrânia para interferir nas eleições de 2020 a seu favor, sugerindo ao presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que investigasse os negócios do filho de Joe Biden, Hunter, que trabalhou naquele país. O ex-vice de Barack Obama é um dos favoritos entre os pré-candidatos democratas às eleições presidenciais de novembro.
O congressista democrata Adam Schiff, promotor no processo em que os 100 senadores são jurados, encerrou sua alegação na quinta-feira, dizendo com voz embargada que “não se não pode confiar que este presidente faça o que é bom para o país”. “Então ele deve ser destituído”, disse Schiff, que liderou a investigação na Câmara dos Deputados.
O deputado acusou Trump de abusar de sua autoridade como comandante em chefe e como chefe da diplomacia dos EUA para se beneficiar politicamente.
Jerry Nadler, presidente da Comissão Judicial da Câmara dos Deputados, disse que Trump repetidamente “violou flagrantemente seu juramento”, com comportamento “ilegal”, por se considerar um “rei”.
Segundo os democratas, Trump pressionou a Ucrânia sob ameaça de reter cerca de US$ 400 milhões em ajuda militar, para um país que enfrenta um conflito com rebeldes prussianos em seu território.
Senadores participam do terceiro dia do julgamento do presidente Donald Trump no Senado, na quinta-feira (23)
Senate TV/Handout via Reuters
“Se permitirmos que esse grave abuso de poder continue, este presidente terá liberdade total para abusar de seu controle da política externa dos EUA, assim como qualquer presidente no futuro”, disse a representante Sylvia Garcia, que também faz parte da acusação.
Garcia investigou como Trump pressionou a Ucrânia por razões “puramente políticas” e insistiu que não havia evidências para provar que Trump, como ele diz, se preocupava com atos de corrupção, pedindo ao seu homólogo ucraniano que investigasse os negócios do filho de Biden na Ucrânia.
Apesar de toda a argumentação, também dividida em 24 horas ao longo de três dias, os democratas responsáveis pela acusação sabem que é uma tarefa praticamente impossível conquistar os dois terços do Senado necessários para aprovar o afastamento de Trump do cargo.
Dos 100 senadores, 53 pertencem ao Partido Republicano, e nenhum deles está disposto a votar contra o presidente. “Eles não querem ouvir”, disse o líder democrata do Senado, Chuck Schumer, nesta sexta-feira em uma entrevista coletiva.
Passos do julgamento
Acusação e defesa têm 24 horas cada — divididas ao longo de três dias — para apresentar os argumentos iniciais
Em seguida, os senadores — que atuam na prática como jurados do julgamento de impeachment — terão 16 horas para fazer perguntas por escrito
Haverá uma nova votação para definir se o Senado ouvirá ou não as testemunhas que não depuseram durante a fase de investigação na Câmara
Testemunhas e argumentos finais
Se testemunhas forem permitidas, elas poderão ser questionadas pelas duas partes. Depois de escutar esses depoimentos e avaliar mais provas, haverá um argumento final por parte dos promotores e da defesa.
Depois disso, o Senado vai optar por um debate sobre os artigos de impeachment, que pode ser a portas fechadas ou não.
Há 21 anos, quando Bill Clinton, então presidente dos EUA, enfrentou um processo de impeachment, cada senador falou por 15 minutos.
Por fim, haverá a votação. Para que Trump seja destituído, é preciso que uma maioria de dois terços vote para isso.
Acusações do processo de impeachment
As acusações contra Trump aprovadas pela Câmara são as seguintes:
Abuso de poder ao pedir investigação ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, contra a família de Joe Biden. Deputados consideraram a ação uma “interferência de um governo estrangeiro” em favor da reeleição de Trump em 2020;
Obstrução ao Congresso por impedir diversas pessoas ligadas à sua administração de prestar depoimento (inclusive algumas que tinham sido intimadas) e por se recusar a entregar documentos aos investigadores durante o inquérito.
Um grupo de sete deputados — todos do Partido Democrata — atua como uma promotoria do caso. Os nomes foram definidos no mesmo dia em que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, autorizou o envio do processo ao Senado:
Deputado Adam Schiff, presidente do Comitê de Inteligência
Deputado Jerry Nadler, presidente do Comitê Judiciário
Deputado Hakeem Jeffries
Deputado Jason Crow
Deputada Val Demings
Deputada Zoe Lofgren
Deputada Sylvia Garcia
Defesa
A equipe de defesa de Donald Trump chama as acusações contra o republicano de “afronta à Constituição”.
O texto entregue na segunda-feira ao Senado considera o procedimento “falho” e diz que o objetivo dos democratas “nunca foi buscar a verdade”. O documento pede que os senadores rejeitem o impeachment e aponta os quatro pontos abaixo como destaque:
As acusações falham, do ponto de vista jurídico, ao apontar as irregularidades passíveis de impeachment.
As acusações são resultado de um inquérito de impeachment que violou todo precedente e negou ao presidente o devido processo requerido pela Constituição.
A primeira acusação (de abuso de poder) é falho porque as provas refutam as alegações dos democratas.
Os artigos são estruturalmente deficientes e podem apenas resultar em absolvição.
Julgamento de Trump no Senado
Aparecido Gonçalves/G1

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