[ad_1]


Com 100 milhões de pessoas em quarentena, países europeus anunciam série de medidas restritivas para conter pandemia no continente. Governos limitam a livre circulação de cidadãos e fecham fronteiras, escolas e comércio. Uma mulher utilizando uma máscara de proteção caminha perto do Arco do Triunfo, em Paris, na França, neste domingo (15). O primeiro-ministro do país, Édouard Philippe, impôs o fechamento da maioria das lojas, restaurantes e locais de entretenimento
Gonzalo Fuentes/Reuters
Em alerta máximo diante do avanço do coronavírus, países da Europa anunciam neste fim de semana uma série de medidas restritivas para tentar conter a pandemia no continente, onde mais de 100 milhões de residentes já estão em quarentena em suas casas.
O número de pessoas infectadas superou 156 mil neste domingo (15) em todo o mundo, com mais de 5.800 mortes, incluindo mais de 400 mortes somente nas últimas 24 horas.
Especialistas alertam, no entanto, que a cifra real pode ser muito maior, pois os exames não estão disponíveis para todos, e pessoas podem estar infectadas sem apresentar sintomas.
Na Espanha, país europeu mais afetado depois da Itália, o número de mortos mais que dobrou em um dia: foram 152 novas vítimas desde sábado, chegando a um total de 288 no país – a maioria, 213, em Madri. O território espanhol conta ainda 7.753 casos confirmados da doença covid-19.
No sábado (14), o governo da Espanha declarou estado de emergência nacional e decidiu limitar a livre circulação da população em todo o país, colocando mais de 47 milhões de pessoas em quarentena parcial. Os espanhóis só podem deixar suas casas para fazer compras essenciais, buscar tratamento médico ou ir ao trabalho. Escolas, hotéis e quase todo o comércio estão fechados.
Em Barcelona, pessoas que se aventuraram a sair de casa para comprar pão neste domingo, primeiro dia da quarentena, enfrentaram longas filas nas padarias, com distâncias de um metro entre uma pessoa e outra, conforme recomendado pelas autoridades para reduzir o risco de contágio.
Um homem é visto utilizando uma máscara de proteção em Veneza, na Itália, neste domingo (15)
Manuel Silvestri/Reuters
Na França, o primeiro-ministro Édouard Philippe impôs o fechamento da maioria das lojas, restaurantes e locais de entretenimento a partir da meia-noite de sábado para domingo, e pediu que os franceses fiquem em casa. O governo já havia decidido fechar as escolas a partir de segunda.
O país, contudo, decidiu manter as eleições regionais programadas para este domingo, mas sob diretrizes rígidas de saúde, com eleitores sendo instruídos a manter distância uns dos outros. O pleito elegerá prefeitos para 35 mil municipalidades e quase meio milhão de vereadores.
“Macron nos diz para ficar em casa para nossa própria segurança e depois nos diz que é bom votar. Não faz sentido. Não vou votar”, disse Marie-Helene Corbellini, de 75 anos, uma entre muitos eleitores que devem se abster de ir às urnas neste domingo.
O presidente Emmanuel Macron decidiu na semana passada não suspender as eleições, apesar das preocupações de que as pessoas possam correr mais risco indo às zonas de votação. O líder francês justificou ser vital que o sistema democrático continue funcionando.
No sábado, autoridades francesas informaram que o vírus Sars-Cov-2 infectou mais de 4.500 pessoas no país, incluindo 300 pessoas internadas em terapia intensiva. Ao menos 91 pessoas morreram devido à doença.
A Alemanha, por sua vez, decidiu neste domingo fechar suas fronteiras com a França, Áustria, Suíça e Dinamarca a partir desta segunda-feira. O transporte internacional de mercadorias ainda será permitido, bem como a passagem de cidadãos que moram em um desses países e trabalham em outro.
Com tal medida, as autoridades alemãs visam não somente retardar a disseminação do vírus, mas também reduzir compras em massa, por cidadãos estrangeiros, para estoque de alimentos e outros artigos, que já têm causado problemas de abastecimento nas áreas próximas às fronteiras.
“A propagação do vírus precisa ser mais lenta. A regra básica deve ser: quem não precisa cruzar a fronteira com urgência não deve cruzar a fronteira”, disse Thomas Strobl, secretário do Interior do estado de Baden-Württemberg, que faz fronteira com França e Suíça.
A agência de notícias AFP lista a Alemanha entre os países mais atingidos pelo coronavírus, com 3.795 casos registrados e dez mortes, incluindo duas neste domingo, na Baviera.
Enquanto as medidas alemãs atualmente se aplicam apenas a alguns países, outros países vizinhos, como Polônia e República Tcheca, também fecharam suas fronteiras ou introduziram restrições severas.
A Polônia fechou suas fronteiras com a Alemanha e outros países vizinhos na madrugada deste domingo. A medida, também voltada à contenção da covid-19, tem resultado em congestionamentos de até sete horas nas estradas.
“O afluxo é grande, porque muitos poloneses querem voltar a seu país, diante das novas regras”, comentou uma porta-voz do controle de fronteiras polonês à agência de notícias DPA.
Ao todo, Varsóvia ordenou a introdução de controles em 58 postos de fronteira, também com a República Tcheca, Eslováquia e Lituânia. Voos e viagens ferroviárias internacionais estão igualmente suspensos.
Os poloneses que desejarem retornar ao país terão que passar 14 dias em quarentena, enquanto estrangeiros só poderão ingressar em casos excepcionais, aplicáveis a portadores de visto permanente, diplomatas e caminhoneiros. O tráfego de mercadorias se mantém ilimitado. O país conta 119 casos confirmados de contágio com o coronavírus, com três mortes.
A Áustria está limitando a circulação de pessoas em todo o país. O primeiro-ministro Sebastian Kurz afirmou que cidadãos só deverão deixar suas casas por três motivos: trabalhos essenciais, compras essenciais e auxílio a outras pessoas.
Pessoas são vistas nas varandas de suas casas em Roma, na Itália, durante confinamento para evitar a propagação do novo coronavírus
Yara Nardi/Reuters
As novas medidas foram anunciadas por Kurz em uma sessão parlamentar neste domingo. Elas ainda incluem o fechamento completo de restaurantes a partir de terça-feira e a proibição de voos para o Reino Unido, Ucrânia e Rússia. O país de cerca de 8 milhões de habitantes confirmou cerca de 800 infecções até o momento.
Na Holanda, o ministro da Saúde, Bruno Bruins, anunciou que escolas e creches ficarão fechadas em todo o país a partir desta segunda-feira até 6 de abril. Bares, clubes de esporte, sex shops e coffee shops também não abrirão suas portas a partir deste domingo. O total de infecções no país é de 1.135.
Já o Reino Unido planeja intensificar suas medidas contra o coronavírus, informou o ministro da Saúde britânico, Matthew Hancock, neste domingo, indicando que o país pode se render em breve a táticas já adotadas por seus vizinhos e às quais o país vinha resistindo.
Hancock disse que o governo britânico planeja estabelecer um plano de emergência nesta semana para lidar com o surto, incluindo exigir que os idosos entrem em isolamento voluntário e colocar em quarentena pessoas que estão doentes, mas se recusam a ficar isoladas, além de proibir grandes reuniões públicas.
“Faremos a coisa certa na hora certa”, disse o ministro à BBC. Segundo dados divulgados no sábado, as mortes por coronavírus dobraram no Reino Unido em relação ao dia anterior, chegando a 21, e o número de infecções subiu de 800 para mais de 1.100.
Localizado dentro das fronteiras do país mais atingido da Europa, o Vaticano anunciou neste domingo que todas as cerimônias da Semana Santa ocorrerão sem a “presença física dos fiéis”. Além disso, as audiências gerais de quarta-feira e as orações dominicais do papa serão somente transmitidas ao vivo pela internet até o Domingo de Páscoa, em 12 de abril.
O fortalecimento das medidas restritivas europeias vem após a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmar, na última sexta-feira, que a Europa é o novo epicentro da pandemia de coronavírus, e não mais a Ásia.
“Neste momento, estão sendo registados na Europa mais casos todos os dias do que os reportados na China no auge da sua epidemia”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Desde que o Sars-Cov-2 surgiu pela primeira vez em dezembro, mas de 156 mil casos foram registrados em mais de 130 países e territórios, com o número de mortos superando 5.800. Cerca de 74 mil pessoas se recuperaram, a maioria na China.
Os países mais afetados são China e Itália. Mesmo em quarentena, o território italiano registrou 368 novas mortes neste domingo, elevando o total para 1.441, informaram autoridades do país. O número de casos confirmados subiu de 21.157 no sábado para 24.747, indicando que o surto continua a se expandir no país europeu mais atingido.
No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou 121 casos, além de investigar quase 1.500 suspeitas. Ninguém morreu no país.
Initial plugin text

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui