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Ossada encontrada em outubro de 2019 foi identificada como o de artista nipo-americano mantido em campo de concentração. Giichi Matsumura e sua família foram detidos no campo de concentração de Manzanar durante a Segunda Guerra Mundial
Inyo County Sheriff’s Office/BBC
Um esqueleto encontrado na Califórnia em outubro de 2019 foi identificado como o de um artista nipo-americano que fora mantido em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.
Giichi Matsumura tinha saído para fazer uma caminhada com colegas internos do campo de concentração de Manzanar para pessoas de ascendência japonesa quando morreu em agosto de 1945.
Ele se separara do grupo para pintar, sozinho, uma paisagem, quando foi surpreendido por uma violenta tempestade.
Matsumura foi enterrado numa cova simples nas montanhas e os detalhes de sua morte foram perdidos com o tempo.
Mas no ano passado, ele foi redescoberto.
‘O fantasma de Manzanar’
Tyler Hofer e Brandon Follin estavam caminhando perto do Monte Williamson quando encontraram um esqueleto intacto, parcialmente coberto por pedras.
Segundo a Associated Press, o esqueleto tinha um cinto na cintura, sapatos de couro nos pés e os braços cruzados sobre o peito.
Policiais do condado de Inyo vasculharam os registros locais de pessoas desaparecidas, mas não conseguiram encontrar ninguém que correspondesse à descrição do esqueleto.
Os Matsumuras foram forçados a deixar suas casas em 1942 e foram presos em Manzanar
Getty Images/BBC
No entanto, a história de Matsumura ficara conhecida na região em 2012, graças a um documentário sobre o campo de Manzanar. Embora nenhum trecho sobre sua morte tenha entrado no filme final, o diretor, Cory Shiozaki, falava sobre o caso nas exibições.
Cientes da história, a polícia realizou testes de DNA no esqueleto, usando uma amostra fornecida pela neta de Matsumura, Lori.
Lori Matsumura disse à agência Associated Press que sabia que os restos mortais de seu avô estavam nas montanhas em algum lugar, porque sua avó lhe mostrava uma foto da pilha de pedras que cobriam seu corpo.
Sua tia, Kazue, também disse que ele era conhecido como “o fantasma de Manzanar”.
Apanhado em uma tempestade
Manzanar foi um dos 10 campos de concentração criados pelo governo dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial para confinar pessoas de origem japonesa. O Japão foi inimigo dos EUA até sua rendição, em 1945.
Segundo registros históricos, os presos costumavam deixar os acampamentos às escondidas para pescar ou praticar hobbies. Mas na época da fatídica caminhada do grupo de Matsumura, o governo dos EUA já havia permitido oficialmente que os presos deixassem os campos para várias atividades.
Em 1945, um funeral budista foi realizado para Matsumura depois de seu corpo ser enterrado nas montanhas
Inyo County Sheriff’s Office/BBC
Segundo as autoridades, Matsumura havia se juntado a um grupo de prisioneiros que queriam pescar em um lago na região, de Serra Nevada.
Depois de um tempo, ele deixou o grupo para poder pintar e desenhar, um hobby que, dizem os oficiais, ele adquiriu ao se mudar para Manzanar.
Mas, de repente, uma tempestade atingiu a região. Depois disso, ele desapareceu e não foi encontrado mesmo após buscas do grupo.
O corpo de Matsumura foi encontrado só no dia 3 de setembro de 1945 por um casal local que caminhava nas montanhas.
Alguns dias depois, oficiais de Manzanar organizaram um pequeno grupo para subir até a área e enterrar o corpo lá, porque era “alto demais” para descê-lo da montanha.
“Os Matsumuras, como muitas famílias encarceradas durante a guerra, não tinham uma casa ou um negócio para retornar e, portanto, continuaram morando em Manzanar até o governo encerrar o acampamento permanentemente em 21 de novembro de 1945”, afirmou o gabinete do xerife em comunicado.
Eles acrescentaram que a família Matsumura retornou a Santa Mônica, onde viviam antes que o Exército dos EUA os obrigasse a sair de casa, três anos antes.
A superintendente de Manzanar, Bernadette Johnson, disse que ficou “chocada” ao saber que tinham encontrado o túmulo de Matsumura em 2019.
“Esperamos que a família dele tenha paz e que essa história tenha um desfecho, agora que foi feita uma identificação positiva”, acrescentou.
O acampamento agora se tornou um museu e memorial para aqueles que foram mantidos no local.

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