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Cidade na Flórida sofre com problemas relacionados à escravidão humana, e autoridades alertam sobre possível piora de casos durante evento que marca o fim da temporada de futebol americano. Procuradora-geral da Flórida, Ashley Moody, discursa em 9 de janeiro durante evento com representantes de hotéis e das forças de segurança para prevenir casos de exploração sexual no Super Bowl
Lynne Sladky/AP Photo
A cada ano, o Super Bowl — partida que define o campeão da temporada de futebol americano nos Estados Unidos — reúne grandes estrelas, anúncios milionários e cerca de 100 milhões de espectadores. A festa, porém, levanta preocupações sobre o aumento no tráfico e na exploração sexual na cidade.
Este ano, Miami, no sul da Flórida, sediará o Super Bowl em 2 de fevereiro. O evento preocupa as autoridades de uma cidade conhecida pela atmosfera festiva no terceiro estado com mais casos de tráfico de pessoas dos Estados Unidos, depois da Califórnia e do Texas.
Eles temem que a ensolarada Miami, somada às festividades de um evento da magnitude do Super Bowl, crie uma tempestade perfeita para a exploração sexual.
Foto de 2016 mostra Miami em dia de tempestade
Reuters
Miami tem um problema que “obviamente o Super Bowl amplia, porque quando há grandes eventos festivos, isso atrai organizações [criminosas] que tentam ganhar mais dinheiro”, disse à AFP Anthony Salisbury, agente especial encarregado do escritório de investigação do Departamento de Segurança Interna.
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É a experiência que Katariina Rosenblatt sofreu. Dos 13 aos 17 anos, ela foi forçada a fazer sexo em um hotel em Miami Beach, a turística ilha às margens de Miami.
“Eles me venderam, por minha inocência, como uma pequena virgem americana, mas consegui sair”, disse à AFP esta sobrevivente que fundou a ONG ‘There is Hope For Me’ (Há Esperança Para Mim, em inglês) para ajudar as vítimas do tráfico.
“No hotel em Miami Beach, turistas de sexo vinham de todos os lugares para comprar sexo”, disse ela.
Todos atentos aos sinais
‘Sem lugar para o tráfico’: slogan de campanha para prevenir casos de exploração sexual em Miami durante o Super Bowl, que ocorrerá em fevereiro
Lynne Sladky/AP Photo
As autoridades estão treinando funcionários de hotéis, seguranças, motoristas de caminhões, ônibus e da Uber para reconhecer os sinais de que alguém é vítima de escravidão.
Esses são os trabalhadores com maior probabilidade de identificar um possível caso de tráfico de pessoas e denunciá-lo à polícia, porque são os únicos que têm contato com a vítima.
Segundo as autoridades, são exemplos de atitudes suspeitas hóspedes nas seguintes situações:
com muitas visitas em um quarto de hotel
que pedem um quarto próximo à escada
que não permitirem que sejam limpos
com pouca bagagem
que pedem para reabastecer constantemente o bar
que mostram sinais de falta de higiene pessoal.
“Uma atitude nervosa ou a incapacidade de fazer contato visual, ou às vezes as vítimas não respondem a uma pergunta sem olhar para alguém antes de fazê-lo, como se pedissem permissão”, continuou Ashley Moody, procuradora-geral da Flórida no Hotel em Miami Beach.
Ela também pediu que os funcionários prestassem atenção às tatuagens, o que geralmente indica que a vítima é “propriedade” de seu traficante. Especialmente se várias pessoas ostentam a mesma.
A organização do Super Bowl está participando de esforços de conscientização.
Vergonha pública
O problema veio à tona quando, em fevereiro de 2019, Robert Kraft, proprietário do time de futebol do New England Patriots, se envolveu em um caso de tráfico humano.
O bilionário de 78 anos havia usado os serviços sexuais de uma casa de massagens na Flórida nos dias anteriores ao Super Bowl, que sua equipe acabou conquistando. Kraft se declarou inocente e o caso continua na justiça.
A atenção da mídia neste episódio expôs o problema e gerou uma campanha agressiva contra a exploração sexual no estado.
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As estações de trem e, em breve, o aeroporto, apresentam cartazes sombrios que mostram uma adolescente ao lado de um homem de meia idade, com a legenda: “Não é o que você pensa” e um telefone de emergência.
Outros pôsteres alertam, mostrando a foto de um homem preso: “Você compra sexo. Você se expõe”.
Eles se referem a uma lei, que entrou em vigor este mês, que exige que fotos policiais e dados pessoais de pessoas presas por contratar prostituição na Flórida apareçam em um registro on-line para que todos possam vê-los.
“Certamente estamos todos trabalhando duro”, disse a procuradora.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, 40 milhões de pessoas no mundo sofrem uma forma de escravidão moderna. Destas, quase 25 milhões estão presas em uma situação de trabalho forçado ou de exploração sexual.
No ano passado, as autoridades federais prenderam 50 pessoas por tráfico sexual na Flórida, disse Salisbury. Mas o agente alertou que esses casos tendem a ser muito mais numerosos do que os números indicam, porque são difíceis de processar e os criminosos em geral são presos por outras acusações.

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