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País é o principal ponto de Covid-19 na Europa e governo tenta conter o avanço da doença. G1 ouviu moradores da região mais afetada pelos casos de infecção. Brasileiro registra prateleiras vazias em supermercado de Milão, Itália, nesta segunda (24)
Thiago Forte Sepulveda/Arquivo Pessoal
A Europa está em alerta contra o avanço do novo coronavírus na Itália. O país já registrou mais de 200 casos da doença e 7 mortes entre sexta-feira e esta segunda-feira (24). O principal foco do novo coronavírus no país está na região da Lombardia.
O governo italiano restringiu a circulação de pessoas em 11 cidades do norte do país. Cidadãos poderão ser presos se descumprirem o decreto de emergência nesse locais. A dificuldade dos italianos está em encontrar o “paciente 0”, ou seja, quem trouxe a doença para o país.
O G1 ouviu brasileiros que vivem nesta região mais crítica, para saber o que mudou desde a chegada do Covid-19 e o que está sendo feito para evitar a propagação da doença.
Escolas fechadas
A brasileira Dayse Estevam, de 32 anos, mora em Milão, principal cidade da Lombardia, há 7 meses e trabalha em uma multinacional do setor de alimentos. Ela confirma que a rotina na capital da moda mudou.
Escolas foram fechadas até a próxima semana, e as autoridades tentam informar a todo o momento os cuidados que os cidadãos devem tomar.
“As notícias aqui são para as pessoas evitarem sair de casa e, quando o fizerem, terem muito cuidado com a higiene, sempre lembrando os principais sintomas e o que fazer em caso de suspeita”, afirma.
Preocupação aumentou
Thiago Forte Sepulveda, 33 anos, relata clima de apreensão entre moradores de Milão por conta de surto de coronavírus
Thiago Forte Sepulveda/Arquivo Pessoal
O paulista Thiago Forte Sepulveda, 33 anos, vive há 2 anos em Milão. Ele conta que, desde o surgimento da doença, havia muita apreensão entre as pessoas e que essa preocupação aumentou nos últimos dias.
“Já tinha um pouco de apreensão, às vezes, até disfarçado de brincadeira, mas sentia-se já uma apreensão, principalmente quando vinham turistas chineses ou a própria população chinesa aqui em Milão, que é muito grande”, conta.
Transporte público irregular
Dayse e Thiago afirmam que o transporte público, normalmente lotado nos horários de pico, estava vazio nesta segunda. Mesmo assim, as ruas não chegaram a ficar desertas na cidade.
“O metrô, que é sempre cheio na hora de pico está vazio, as pessoas estão evitando pegar o metrô. Deu para perceber uma certa mudança de comportamento”, diz Thiago.
Home office
Quem mora nas regiões contaminadas não poderá deixar os locais, e os brasileiros relatam que muitos moradores dessas áreas costumam trabalhar em Milão.
“O ponto em Milão é que, por ser uma cidade muito cara de se morar, muitas pessoas na verdade moram nessas cidades próximas e trabalham aqui. Então, quando essas comunes mais próximas começaram a relatar casos, instaurou um pouco de pânico porque eles [autoridades] sabem que o risco de contaminação seria alto”, afirma Sepulveda.
Muitos amigos e colegas de empresa deles decidiram ou foram obrigados a trabalhar de casa, no chamado home office.
“As empresas estão recomendando que pessoas que tiveram contato com parentes que moram nas cidades de quarentena que fiquem longe do trabalho por 14 dias”, acrescenta Thiago.
“Temos como orientação optar por trabalhar em casa. A comunicação [do governo] é constante, buscando manter a segurança de todos”, completa Dayse.
Corrida aos supermercados
Com a confirmação da epidemia na cidade, ele conta que as pessoas começaram uma corrida aos supermercados para estocar alimentos. Em algumas farmácias, o estoque de álcool em gel e de máscara acabou.
“Realmente houve uma instaurada de pânico inicial, desde ontem já deu para ver filas enormes nos mercados, hoje você já vê os mercados desabastecidos de algumas coisas, principalmente não perecíveis como massas e molhos, grãos, coisas que se pode estocar a longo prazo”, relata o brasileiro.
“Fui hoje ao mercado e comprei um pouco a mais de comida para guardar porque está começando a ficar em falta”, continua.
Outra brasileira que vive em Milão, a arquiteta Mariana Martini, conta que houve um início de pânico e o principal rede de supermercados da cidade chegou a ficar desabastecido.
“Está todo mundo alarmado, tem um pouco do exagero do cidadão, mas foi tudo muito rápido e, por isso, gerou todo esse alarde. Os próprios italianos brincam que a primeira coisa a faltar foi a comida porque eles gostam de comer”, diz Mariana.
“Tem humor, mas tem bastante apreensão”, completa a arquiteta.
A rede de supermercados Esselunga, postou em sua rede social que está trabalhando o mais rápido possível para garantir o reabastecimento de suas unidade. “Informamos que estamos providenciando o constante reabastecimento das lojas”, afirma.
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Carnaval de Veneza
A brasileira estava em Veneza neste fim de semana para aproveitar o tradicional Carnaval da cidade. Ela diz que, no sábado, a festa ocorria normalmente, com muitas pessoas comemorando usando máscaras de proteção.
Em Veneza, turista usa uma máscara de carnaval e uma de proteção contra o coronavírus; o evento foi cancelado no país
Andrea Pattaro / AFP
Porém, eventos começaram a ser cancelados, inclusive uma festa que Dayse ia participar. Resultado: o governo local cancelou os dois últimos dias de Carnaval na cidade, que seriam nesta segunda e terça-feira.
“Evitei ir no carnaval de Veneza porque seria um lugar com concentração muito grande em uma região com já algumas suspeitas, mas continuo pegando metrô e ônibus normalmente”, acrescenta Thiago.
Reflexos na capital
A jornalista brasileira Carolina Cleto, de 28 anos, mora em Fonte Nuova, uma província de Roma, a 572 km de Milão, conta que o clima na capital na Itália é de apreensão, mas nada que mude a rotina da cidade.
“As informações estão bem desencontradas, mas, parece tudo calmo por aqui”, diz.
Mesmo a tantos quilômetros de distância, a procura por máscaras e álcool em gel é grande em Roma. Carolina encontrou farmácias sem os produtos para vender.
Farmácia em Roma anuncia que não tem mais máscaras de proteção e álcool em gel para vender
Carolina Cleto/Acervo Pessoal
As comunes, que são os governo distritais, estão avisando que as pessoas que circularam pelo norte do país, nas cidades com pacientes infectados desde 1º de fevereiro, são obrigadas a se apresentar e fazer o teste para detectar a doença.

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