A atitude do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de mandar repórteres calarem a boca e de voltar a atacar o jornal Folha de S.Paulo com xingamentos, na manhã desta terça-feira (5), configurou uma conduta antidemocrática e passível até de enquadramento na esfera criminal, dizem especialistas em direito.

Entidades que representam o jornalismo e estudiosos sobre o autoritarismo também veem uma aproximação do presidente, ao menos no discurso, com uma ruptura da democracia.

Pela manhã, o presidente apareceu na porta do Palácio da Alvorada com uma cópia da edição impressa da Folha de S.Paulo, e, referindo-se à manchete “Novo diretor da PF assume e acata pedido de Bolsonaro”, disse que não interferiu na corporação e chamou o jornal de “canalha”.

Questionado sobre o tema por um repórter do jornal O Estado de São Paulo, disse: “Cala a boca, não perguntei nada”. “Folha de S.Paulo, um jornal patife e mentiroso”, disse. Indagado em seguida por jornalista da Folha de S.Paulo, o presidente gritou novamente: “Cala a boca, cala a boca”.

Na internet, a manifestação do presidente foi comparada a uma entrevista de 1983, durante a ditadura militar, com o general Newton Cruz. O general mandou o repórter Honório Dantas, que questionava sobre retrocessos democráticos, calar a boca.

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