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Confinados em suas cabines, eles foram avisados que, ao deixar navio, teriam que passar 14 dias em quarentena na cidade italiana antes de receber autorização para sair do país. Companhia responsável por viagem não tinha feito contato com consulado. Ligia Cossina em foto feita no Costa Vitoria antes do início da quarentena a bordo
Ligia Cossina/Arquivo pessoal
Em meio a um cruzeiro turístico, os passageiros do navio Costa Victoria começaram a receber notícias de que os casos de Covid-19 estavam aumentando em diversos países, e portos em seu trajeto passaram a impedir o atracamento e seu desembarque para passeios.
Ainda pior, dias antes de chegarem ao destino final, souberam que o país onde a viagem terminaria – Itália – tinha se tornado o epicentro da pandemia, com o maior número de casos no mundo àquela altura.
Na noite de terça-feira (31), a Itália tinha 105.792 casos de Covid-19, segundo a Universidade Johns Hopkins, e já registrava 12.428 mortos pela doença, sendo o segundo país do mundo com mais casos, atrás apenas dos Estados Unidos, e liderando o ranking de mortes.
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Entre os 160 passageiros estão 10 brasileiros, inclusive Ligia Cossina, que conta ao G1 a situação a bordo. “Em 23 de março, um dia antes de chegarmos à Itália, fomos colocados em confinamento em nossas cabines. Desde então não podemos sair para nada, estamos privados até mesmo da luz do dia”, explica.
O planejado é que o cruzeiro seria encerrado em Veneza, mas ele foi recusado por autoridades venezianas e tentou atracar na Sicília, onde também não recebeu autorização para ficar. Acabou conseguindo chegar ao porto de Civitavecchia, em Roma.
Segundo Ligia, apenas após uma semana confinados os brasileiros entraram em contato com o consulado brasileiro em Roma, e ficaram surpresos ao descobrir que a representação diplomática nem sabia que eles estavam ali. “Achávamos que a companhia responsável pelo cruzeiro estava cuidando de tudo, que as providências para a nossa repatriação já estavam sendo tomadas”, diz.
Agora, eles aguardam uma solução, sem saber quanto tempo ainda ficarão a bordo. Por um lado, membros da tripulação dizem que o prazo para o navio deixar o porto está chegando ao fim, e que por isso eles terão que desembarcar. Se isso acontecer, entretanto, eles teriam que se hospedar em hotéis em Roma e cumprir 14 dias de quarentena obrigatória, em total isolamento, antes de poder deixar o país.
“Ninguém tem sintoma algum, estamos todos saudáveis, e querem nos colocar em uma cidade, um país, que é um dos mais afetados e com mais casos e mortes no mundo. Colocaria nossa integridade em risco”, preocupa-se Ligia. “Só queríamos poder sair daqui e ir direto a um aeroporto para poder voltar ao Brasil”, acrescenta, sem saber, no entanto, se existiriam voos disponíveis.
Além dos 10 passageiros, existem ainda outros três brasileiros a bordo, que trabalham como tripulantes, mas Ligia não sabe se a companhia negocia a situação deles com o consulado. “Não nos informam de nada, ficamos esses dias todos achando que eles já estavam tentando resolver nosso problema e eles nem tinham feito contato com o consulado”, lamenta.
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