Em encontro no Palácio do Planalto na tarde desta quinta-feira, 14, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao presidente Jair Bolsonaro, que eles precisam “encontrar pontos que os unem”.

Essa foi a primeira vez que os dois se encontraram pessoalmente após um longo período de confronto entre eles, com trocas públicas de farpas e com a participação reincidente de Bolsonaro em manifestações antidemocráticas e que contra Maia.

“O Presidente da República desceu e me convidou para conversar e tomar um café. Aceitei, claro. Conversamos sobre o momento como cada um vem encarando essa crise. O que eu disse a ele é que deveríamos encontrar os pontos que nos unem. Claro que todos têm o mesmo objetivo que é que o Brasil consiga enfrentar a crise, mas também olhar o pós pandemia”, afirmou Maia em coletiva de imprensa logo após o encontro que durou menos de uma hora.

O encontro foi articulado pelos ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Braga Netto (Casa Civil), a pedido de Bolsonaro, com o intuito de promover uma reaproximação entre os poderes, segundo fontes.

Maia deixou a sessão da Câmara realizada nesta tarde, e seguiu para o segundo andar do Palácio do Planalto para visitar o Centro de Operações da Casa, comandado por Braga Netto. Na sequência, foi para o terceiro andar, onde fica o gabinete do presidente da República.

“Deveríamos fazer esse debate em conjunto olhando o que temos de convergência”, disse Maia sobre a conversa com Bolsonaro.

O deputado afirmou ainda que demorou algumas semanas para responder o convite para o encontro com Bolsonaro, mas disse que sua obrigação, como presidente da Câmara, era manter o diálogo. “Foi esse o objetivo, mostrar que queremos soluções para os problemas dos brasileiros”, disse. “Conflitos, brigas geram insegurança e perda da confiança da sociedade”, afirmou.

Maia disse que falou para Bolsonaro sobre a pressão que há na Câmara para o adiamento do calendário do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e disse que o presidente se mostrou “sensível” ao tema. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, é contra a mudança na data do exame.

Maia falou ainda sobre a reformas. “Reforma administrativa com relação dívida/PIB acima de 75% é outra reforma”, disse. “Se o Brasil crescer 1% a 2% após crise, custo da dívida será muito ruim”, afirmou.

Esse foi o primeiro encontro de Bolsonaro com Maia, depois da demissão do ministro Sérgio Moro da Justiça e Segurança Pública.

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