O número de policiais civis e militares de São Paulo com suspeita de infecção pelo coronavírus explodiu na última semana e chega a cerca de 600 profissionais afastados no estado. São funcionários que estão internados ou cumprindo ordens médicas de isolamento por 14 dias. Só da PM são cerca de 450 profissionais afastados.

Na semana passada, quando foram iniciadas medidas mais concretas de proteção da tropa (como o uso de luvas e máscaras), membros da cúpula das polícias estimavam um contingente infectado inferior a dez profissionais.

A expectativa do comando da PM, segundo a reportagem apurou, é que o quadro se agrave até o próximo dia 15, quando é esperado o pico de contágio no estado. A corporação está preparada para o afastamento de até 20% da tropa (cerca de 17 mil policiais), embora acredite que o número deva ficar bem abaixo disso.

Caso a situação se agrave, há pronto um plano para suspender férias e licenças-prêmio, que seria suficiente para repor o contingente e manter o policiamento normalmente.

O número de afastados hoje representa cerca de 0,5% dos cerca de 120 mil policiais civis e militares de SP da ativa, incluindo a Polícia Científica.

Para tentar reduzir os afastamentos, a PM deve começar a realizar nesta quinta (2) exames rápidos. Quem não tiver a doença volta ao trabalho imediatamente ou fica afastado por tempo menor.

Um dos primeiros grupos que serão testados são os cerca de 800 profissionais do Centro de Operações da PM, do telefone 190 –onde trabalhava a sargento Magali Garcia, 46, que morreu na segunda (31) após complicações da Covid-19. Outras 20 pessoas que trabalhavam com ela foram afastadas após apresentarem sintomas como febre e tosse.

O número de policiais contaminados vem sendo tratado com reserva pela cúpula da Segurança Pública, que teme elevar a tensão entre policiais e interferir no moral da tropa –mais do que nunca, peça fundamental para o governo paulista no controle social.

Para o sociólogo Luís Flávio Sapori, professor da PUC-Minas, a polícia paulista não tem opção a não ser se proteger como profissionais da saúde de forma a evitar o exemplo da polícia de Nova York (EUA), que tem 10% do efetivo já infectado (5.500 profissionais).

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