O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta quinta-feira (3) com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), para selar um acordo entre os dois partidos na eleição do estado.

Na conversa, que ocorreu em São Paulo, Câmara comunicou a Lula o lançamento da candidatura do deputado Danilo Cabral (PSB) ao governo pernambucano. Com isso, os petistas devem retirar da corrida o nome do senador Humberto Costa (PT) e declarar apoio ao socialista.

Segundo dirigentes do PSB, a conversa com Lula ocorreu para que o nome de Cabral possa ser anunciado publicamente como candidato à sucessão do governador, o que vai ocorrer nos próximos dias.

A aliança em Pernambuco é uma prioridade do PSB nas negociações com o PT para as eleições de outubro -que incluem o apoio da sigla à candidatura de Lula. A sigla quer manter o controle do estado, que se tornou seu principal polo de poder.

O próprio Lula já havia dado sinais públicos de que esse acerto era iminente. Numa entrevista a sites de esquerda, em janeiro, o ex-presidente disse que o PSB não poderia tratar o PT “de forma pequena”, mas declarou que os socialistas tinham “o direito de lançar candidato em Pernambuco”.

“Se o PSB definir candidato, Humberto Costa está fora”, disse Lula, na ocasião.

O acerto no estado é apenas um de uma série de nós que devem ser desatados para pavimentar a aliança nacional. No mapa, permanecem impasses em locais como São Paulo, onde o PSB quer lançar o ex-governador Márcio França e o PT mantém a candidatura do ex-prefeito da capital Fernando Haddad.

O apoio do PT aos socialistas em Pernambuco já era dado como certo, mas os petistas tratam a costura como um gesto valioso -uma vez que pesquisas de intenção de voto apontam que Costa estaria bem posicionado na disputa, enquanto o nome de Cabral permanece na lanterna.

O objetivo dos petistas, com o acordo, é ganhar fôlego para negociar em outros estados com o argumento de que abriram mão de uma candidatura relevante e que o acerto em Pernambuco não foi uma concessão pró-forma.

A retirada da candidatura de Costa ao governo deve ocorrer de forma rápida, segundo aliados de ambos os lados. O senador petista viaja a São Paulo na sexta-feira (4) para reuniões do partido e pode ter um encontro com o ex-presidente para amarrar sua saída da disputa.

Nesse acordo, o PT quer ganhar o direito de indicar um candidato ao Senado na chapa encabeçada pelo PSB em Pernambuco.

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