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Sem um candidato claro para unir o partido, democratas deflagram disputa eleitoral em Iowa, enquanto Trump discursa à nação e tenta tirar vantagem de absolvição no impeachment. Figura do Tio Sam segurando bandeira dos EUA do lado de fora de casa em Colfax, em Iowa
Shannon Stapleton/Reuters
O calendário político americano embolou numa semana que mistura o início da disputa para a escolha do democrata que enfrentará Donald Trump em novembro e o fim do julgamento que livrará o presidente do impeachment. Entre o caucus de Iowa, na noite desta segunda-feira, e a votação no Senado, na quarta-feira, Trump fará o último discurso sobre Estado da União de seu mandato, no mesmo plenário da Câmara dos Representantes que aprovou, em dezembro, a remoção do cargo.

Ainda sob a sombra do impeachment e na aguerrida batalha pela reeleição, é muito provável que o presidente não aborde o julgamento, na longa preleção aos americanos. No fim das contas, o desfecho respaldará como aceitável o fato de um chefe de Estado pressionar outro governo para obter vantagem partidária.

Donald Trump posa para uma selfie em evento na Casa Branca, em 29 de janeiro de 2020
Jonathan Ernst/Reuters
Em nova empreitada narcisista, Trump tentará desviar a atenção do público para o que ele define como vitórias de sua administração — todas calcadas em medidas unilaterais: o plano de paz para o Oriente Médio, a retirada dos EUA do acordo nuclear do Irã, os assassinatos do chefe do Estado Islâmico Abu Bakr al-Baghdadi e do general iraniano Qassem Soleimani, comandante da poderosa força de elite da Guarda Revolucionária.

A exemplo do que expôs em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial, ele se concentrará na boa saúde econômica do país como fator de fortalecimento de sua gestão, embora alguns indicadores estejam abaixo do esperado.

É fácil para o presidente convencer sua base de que foi absolvido após ter sido vítima de uma caça às bruxas, como tem repetido em comícios e posts nas redes sociais. O julgamento serviu para consolidar o domínio do presidente sobre o Partido Republicano.

Senadores participam do terceiro dia do julgamento do presidente Donald Trump no Senado, na quinta-feira (23)
Senate TV/Handout via Reuters
Difícil será persuadir a metade dos americanos que, segundo mostraram as pesquisas, acha que ele deveria ser removido do cargo por abuso do poder e obstrução do Congresso. A esta parcela de insatisfeitos só resta uma alternativa para ver Trump fora da Casa Branca — o voto em novembro.

Num cenário disperso e desfavorável aos democratas, que somam 11 candidatos na disputa, a corrida eleitoral é deflagrada esta noite em Iowa. Com 90% de brancos, o estado está longe de ser uma amostra representativa da população americana, mas é onde se dá a primeira jogada, que serve como mola propulsora para a próxima prévia, na semana seguinte, em New Hampshire.
Nas quatro últimas eleições, o vencedor em Iowa foi ratificado como candidato, meses depois, na convenção democrata — Al Gore, em 2000; John Kerry, em 2004; Barack Obama, em 2008; e Hillary Clinton, em 2016.
Este ano, segundo o RealClear Politics, que fornece uma média das pesquisas eleitorais, no estado do centro-oeste americano o progressista Bernie Sanders leva vantagem sobre o moderado Joe Biden. Isso explica por que a campanha do ex-vice-presidente de Obama dá sinais de que abandonou Iowa — que fornece 41 dos 3.979 delegados — para focar em outras primárias.

Eleições nos EUA começam nesta segunda (3); Iowa dá a largada nas prévias da corrida
Na média das sondagens em nível nacional, no entanto, Biden está à frente, com 27,5%, seguido de Sanders (23,5%) e Elizabeth Warren (15%). Até agora, nenhum deles aglutina as características necessárias para unir o partido e enfrentar o presidente.
Aos 77 anos, Biden é considerado moderado demais; aos 78, Sanders, por sua vez, progressista ao extremo. A campanha de Warren se confunde com a de Sanders, mas ela tenta demarcar a diferença com apelo explícito às mulheres.

Quando as pesquisas confrontam os três principais pré-candidatos democratas com Trump, todos batem o presidente nas urnas — o que não chega a ser vantagem num sistema político que escolhe o presidente por meio do Colégio Eleitoral.

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