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Epidemia testa a capacidade do presidente americano para assegurar a reeleição após as críticas à lenta reposta do governo Presidente dos EUA, Donald Trump, dá entrevista coletiva sobre novo coronavírus nesta quarta-feira (26)
Carlos Barria/Reuters
Absolvido pelo Senado no julgamento de impeachment e beneficiado por uma acirrada disputa democrata, pode-se dizer que o presidente Donald Trump navegava em águas tranquilas rumo à reeleição em novembro. Até o coronavírus desembarcar nos EUA. No princípio, minimizou os efeitos da epidemia, entrando em rota de colisão com as informações fornecidas por especialistas de seu governo.
O presidente demorou a agir. Subestimou o vírus, que se espalhou rapidamente por 34 estados, com mais de 550 casos. Oito estados declararam emergência. A lenta resposta do governo faz com que seus críticos antecipem que o Covid-19 será para Trump o que o furacão Katrina foi para o ex-presidente George W. Bush, em 2005: uma derrota eleitoral.
Há um dado que aproxima os dois casos. Os cortes de financiamento — na Agência Federal de Gerenciamento de Emergências, que deflagrou o despreparo diante do desastre natural que matou cerca de 2 mil pessoas em Nova Orleans, e, na atual crise, nos Centros de Controle de Doenças (CDC). A falta de kits para testes para detectar a doença é uma das principais queixas ao governo.
Trump tratou inicialmente o surto como uma disputa política. Culpou indevidamente o governo Obama pelos kits defeituosos produzidos pelos CDC. Ao mesmo tempo em que restringiu os voos de países onde o surto avançava, propagou falsas esperanças de que o vírus desaparecerá, como por um milagre, do território americano. E ainda questionou a taxa de mortalidade de 3,4% do Covid-19, fornecida pela OMS, que considerou alta.
Disse ainda preferir que os passageiros do navio de cruzeiro ancorado na Costa da Califórnia permaneçam a bordo e confinados: “Não preciso duplicar o número de casos por causa de um navio.” Contradisse os elogios de seu vice, Mike Pence, ao governador de Washington, o democrata Jay Inslee, na condução do combate à doença no estado americano onde a situação é mais grave. Trump o chamou de cobra, numa alusão de que não é confiável.
O otimismo revelado pelo presidente contrasta com a cautela e a incerteza manifestadas por seus especialistas de saúde. Confronta também as previsões de economistas de que o surto de coronavírus aumenta as chances de o país entrar em recessão no ano eleitoral. O economista-chefe da agência Moody’s, Mark Zandi, elevou essa probabilidade de 20% para 40% já no primeiro semestre.
Enquanto os preços do petróleo despencavam e os mercados derretiam nesta segunda-feira, cresce a certeza de que o vírus testa também a capacidade de Trump para conquistar a reeleição.
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