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Acusação e defesa do presidente dos EUA apresentam os últimos argumentos para destituir ou inocentar Trump. Com maioria no Senado, o republicano dificilmente perderá o cargo. Advogado da Casa Branca, Pat Cipollone, apresenta a defesa de Donald Trump ao Senado durante depoimentos do julgamento de impeachment nesta segunda-feira (3)
Senate Television via AP
Deputados democratas insistiram nesta segunda-feira (3) aos senadores que Donald Trump deve ser destituído do cargo. Foi a última tentativa dos parlamentares, que atuam como promotores do julgamento de impeachment. O presidente dos Estados Unidos, porém, dificilmente será condenado e destituído do cargo na quarta-feira: o Partido Republicano, governista, ocupa a maior parte das cadeiras.
“Ninguém está acima das leis nos Estados Unidos, nem mesmo o presidente”, declarou o deputado Jason Crow, um dos promotores do impeachment.
Crow ainda tentou convencer os 100 senadores a destituir Trump ao dizer que era “dever” deles declarar o presidente culpado. Ele afirmou que o Senado se propôs ser “sábio”, “imparcial” e a “estar acima das disputas partidárias”.
Com máscara de Donald Trump vestindo uma coroa, manifestante protesta contra o presidente dos EUA e ironiza: ‘Respeite os direitos divinos dos presidentes. Eu sou o escolhido’
Amanda Voisard/Reuters
O deputado Adam Schiff, promotor-chefe do julgamento de Trump, acusou o presidente de “violar o juramento”. “Mas ainda não é tarde demais para respeitarmos o nosso”, acrescentou. Por fim, Schiff disse aos senadores que “não se pode confiar em que este presidente faça o que é certo”.
“Ele não vai mudar e vocês sabem disso. Agora, façam justiça imparcial e condenem-no”, acrescentou.
Os advogados do presidente concluíram suas argumentações, pedindo a absolvição de Trump.
“O presidente não fez nada de errado”, disse aos senadores o advogado da Casa Branca, Pat Cipollone.
Trump deve ficar
Donald Trump posa para uma selfie em evento na Casa Branca, em 29 de janeiro de 2020
Jonathan Ernst/Reuters
As declarações da oposição e da defesa provavelmente não mudarão em nada o desenlace do julgamento. A Constituição dos Estados exige maioria de dois terços no Senado — 67 dos 100 assentos — para destituir um presidente. Trump pode contar com o apoio irrestrito dos 53 senadores republicanos.
Embora um ou dois senadores surpreendam ao votar contra o presidente, ele está certo de que será absolvido na quarta-feira às 16h locais (18h de Brasília), o que lhe permitirá se concentrar em sua campanha de reeleição.
Por acasos do calendário, essas intervenções vão se seguir ao tradicional discurso sobre o Estado da União, que Trump fará no Congresso perante todos os legisladores na noite de terça-feira.
“Espero que os republicanos e os americanos se deem contra de que esta farsa totalmente partidária é exatamente isso: uma farsa”, tuitou o presidente nesta segunda-feira.
Trump criticou, ainda, os “democratas da esquerda radical que não fazem nada” e voltou a atacar o funcionário anônimo, cuja denúncia resultou em seu julgamento no Congresso.
Volodymyr Zelensky e Donald Trump durante encontro em Nova York, em 25 de setembro de 2019
Saul Loeb / AFP
No ano passado, um membro dos serviços de Inteligência informou sua preocupação após ter se inteirado de um telefonema entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Durante esta conversa, Trump pediu a Zelensky que investigasse o democrata Joe Biden, um dos favoritos a enfrentá-lo nas presidenciais de 3 de novembro. Nesse mesmo momento, a Casa Branca congelou uma ajuda militar crucial para a Ucrânia, que há anos vive um conflito com separatistas pró-russos.
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A partir da denúncia, os democratas, majoritários na Câmara dos Representantes, abriram uma investigação com vistas ao julgamento político de Trump, alegando que o presidente abusou dos poderes do Estado para “manchar” seu adversário, Biden, e “fazer trapaças”.
Mas os senadores republicanos não estão dispostos a depor o presidente. Alguns admitiram que Trump fez algo condenável, mas consideram que isso não justifica a sua destituição.
Os republicanos do Senado já deixaram claro seu apoio ao presidente na sexta-feira, quando se negaram, com apenas dois votos discordantes em suas fileiras, a convocar testemunhas durante o julgamento. Um fato pelo qual, segundo os democratas, o veredicto não terá “nenhum valor”. Relembre na reportagem abaixo.
Senadores dos EUA decidem não convocar testemunhas para depor no julgamento de Trump
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