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Novo capítulo do Brexit reserva novas crises e negociações conturbadas para definir o futuro relacionamento entre Reino Unido e União Europeia. Na foto, homem vestido com estampa da bandeira britânica segura cartaz que diz “tchau, União Europeia!” em uma mão e bandeira do Reino Unido na outra em Londres, nesta sexta (31).
Glyn Kirk/AFP
O esperado Dia do Brexit amanhece trazendo alívio e melancolia ao país que se dividiu e relutou tanto para concretizar o divórcio decidido há três anos e meio. Britânicos e europeus trilham caminhos distintos e partem para novos relacionamentos, mas ainda atrelados a um período de transição até dezembro, o que tornará, ao mesmo tempo, a separação amena e conturbada.
O Brexit está longe de encerrar esta relação de 47 anos entre Reino Unido e União Europeia. Ao contrário, é o começo de seu fim. Simbólico para os britânicos quando o país adquire a cor neutra nos mapas europeus e a sua bandeira é retirada do clube dos 27. Mas rigoroso na definição das diretrizes que regerão a nova realidade para 500 milhões de cidadãos que integram o bloco europeu.
Os dois lados perdem com o divórcio, e o clima de desconfiança e rancor não ajuda a transição. Segunda maior economia europeia, o Reino Unido tem na UE seu maior parceiro comercial. Com a saída, os britânicos caem fora de 600 tratados internacionais, têm pressa de negociar novos acordos comerciais.
Os EUA aparecem no topo da lista de interessados. Mas a negociação não é tão simples, mesmo com dois aliados — o presidente Donald Trump e o premiê Boris Johnson — no comando das duas nações.
Sem a presença do Reino Unido, o bloco europeu, certamente, terá menos influência no cenário internacional. Mas, por outro lado, estará mais unido em relação a outras deserções. A UE deixa claro que não facilitará a negociação de um acordo comercial com o país que lhe virou as costas.
Por isso, o novo capítulo do Brexit deve se arrastar, com altos e baixos, na velocidade de uma montanha russa. O prazo de 11 meses até que a ruptura seja realmente válida é considerado insuficiente para solucionar questões como a livre circulação de pessoas e de mercadorias e destravar os nós burocráticos que ligam ambas as partes.
Sua prorrogação, para o fim de 2021, é cogitada como uma alternativa provável, embora seja categoricamente descartada pelo premiê britânico. Johnson tem graves problemas internos pela frente para manter o país unido – entre eles, conter a insurgência dos separatistas escoceses, que renovaram seus anseios pela independência.
O divórcio está selado, mas não consumado. E ainda divide a atenção com a confirmação de dois casos de coronavírus no Reino Unido. Definitivamente, não é dia para festejos.

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