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Tensão entre os dois países teve escalada com a morte do general Qassem Soleimani, segundo homem mais poderoso do Irã, após bombardeio ordenado por Trump. Entenda as alianças militares de Irã e Estados Unidos
Estados Unidos e Irã estão no centro de uma crise no Oriente Médio desde que o principal general iraniano, Qassem Soleimani, morreu durante um ataque aéreo americano em Bagdá, no Iraque, na última quinta-feira (2).
A tensão na região envolve interesses não só de americanos e iranianos, e outros fatores, como o petróleo e a religião, também contribuem para impasses entre países.
Entenda abaixo, em ordem alfabética, quem é quem na disputa:
Abu Mahdi al-Mohandis
Abu Mahdi al-Muhandis, comandante das Forças de Mobilização Popular, em imagem de 31 de dezembro de 2019
Ahmad Al-Rubaye / AFP
Com dupla nacionalidade do Iraque e do Irã, al-Mohandis (também grafado al-Muhandis) morreu no mesmo ataque americano que matou Soleimani. Era vice-líder das Forças de Mobilização Popular, conjunto de milícias iraquianas – parte delas financiadas pelo Irã – que se mobilizaram, em 2014, para combater o Estado Islâmico no país.
Al-Mohandis fundou e comandou a milícia Kataib Hezbollah, uma das integrantes das Forças de Mobilização Popular, que é acusada de invadir a embaixada dos Estados Unidos no dia 31 de dezembro.
Adel Abdul-Mahdi
Adel Abdul Mahdi, em imagem feita durante coletiva de imprensa em 15 de março de 2019
Burhan Ozbilici/AP
Primeiro-ministro do Iraque, anunciou em novembro de 2019 que renunciaria ao cargo por causa dos protestos que ocorrem no país, mas ele e seu gabinete ainda estão no poder como “zeladores” até que um novo premiê seja escolhido. O prazo para isso venceu em dezembro, mas o Parlamento iraquiano ainda não apontou um nome.
Mais recentemente, apoiou a resolução aprovada pelos parlamentares do Iraque pedindo que as atividades de tropas estrangeiras no país fossem encerradas.
Ali Khamenei
O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.
Morteza Nikoubazl/Reuters
O aiatolá Ali Khamenei é o líder supremo e, na prática, a autoridade política mais importante do Irã. Está no poder desde 1989, e foi um dos que prometeram “vingança” aos EUA pela morte de Soleimani.
Arábia Saudita
O rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz.
Bandar Algaloud/Courtesy of Saudi Royal Court/Handout via Reuters
Rival regional do Irã, é aliado dos Estados Unidos. Com a morte de Soleimani, a situação de países do Golfo, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes, fica complicada devido à proximidade deles do Irã.
O Ministério das Relações Exteriores saudita pediu calma na escalada das tensões entre o Irã e os americanos. “É certamente um momento muito perigoso”, disse o ministro, o príncipe Fayzal bin Farhan.
Oriente Médio
G1
Em setembro passado, um ataque a drones a instalações petrolíferas sauditas já havia aumentado as tensões na região. Os americanos acusaram o Irã pelo ataque, mas o país negou.
Estado Islâmico
Líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, em julho de 2014
AP Photo/Militant video/Arquivo
Grupo terrorista fundamentalista muçulmano. Também conhecido pelo acrônimo em árabe Daesh, ganhou força em 2014, quando conseguiu controlar parte significativa dos territórios da Síria e do Iraque. O objetivo do grupo era fundar um “califado” que aplicasse de forma restrita a Sharia, a lei islâmica.
É um dos principais atores que causaram a desestabilização no Oriente Médio e que contribuíram para a crise de refugiados da Síria.
A luta contra o Estado Islâmico reuniu, em uma coalizão, grupos que já haviam estado em lados opostos, como os Estados Unidos e algumas das milícias do Iraque. Desde a mobilização conjunta, o grupo terrorista perdeu força, mas ainda tem redutos na Síria. No Iraque, foi declarado oficialmente derrotado em 2017.
O fundador do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, morreu em outubro de 2019, durante um ataque americano na Síria.
Estados Unidos
O presidente dos EUA Donald Trump é visto durante o seminário ‘Transformando o tratamento da saúde mental para o combate à moradia de rua, violência e abuso de substâncias’ na Casa Branca, em Washington
Joshua Roberts/Reuters
Com um histórico de interferências no Oriente Médio, o presidente do país, Donald Trump, ordenou o ataque do dia 2 de janeiro que matou o general iraniano Qassem Soleimani. Antes disso, os EUA também se envolveram na luta contra o Estado Islâmico. Em 2001 e em 2003, respectivamente, invadiram o Afeganistão e o Iraque, após os ataques terroristas de 11 de setembro.
Têm rivalidades com o Irã e são inimigos de vários grupos terroristas da região, como o Hezbollah, do Líbano, e a milícia iraquiana Kataib Hezbollah. São aliados de Israel, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
Forças de Mobilização Popular do Iraque
Líder das Forças de Mobilização Popular do Iraque, Faleh al-Fayyad.
Thaier al-Sudani/Reuters
Conjunto de milícias, algumas delas financiadas pelo Irã, que se mobilizaram em 2014 para combater o Estado Islâmico no Iraque. Lideradas por Faleh al-Fayyad, ganharam influência quando seus membros se juntaram a forças de segurança e tropas americanas para derrotar o grupo terrorista.
Seu vice-líder, Abu Mahdi al-Mohandis, morreu no mesmo ataque que matou o general iraniano Qassem Soleimani.
Desde então, as Forças de Mobilização Popular se tornaram uma facção política poderosa, e a estimativa é de que elas tenham a maior parte das cadeiras no Parlamento do Iraque. O Kataib Hezbollah, milícia acusada pelos Estados Unidos de invadir a embaixada americana em Bagdá no dia 31 de dezembro, é um de seus membros.
Irã
Multidão acompanha cortejo com o corpo do general Qassem Soleimani, em Teerã, no Irã, nesta segunda-feira (6)
Atta Kenare / AFP
País muçulmano de maioria xiita, é rival dos Estados Unidos e inimigo de vários países da região, incluindo a Arábia Saudita – outro grande exportador de petróleo – e Israel, cuja existência não reconhece.
O sistema político do Irã tem elementos de uma democracia presidencialista – seu presidente é Hassan Rouhani – com os de uma teocracia, forma de governo em que Deus é considerado a autoridade suprema. Seu líder supremo é o aiatolá Ali Khamenei. O general Qassem Soleimani, morto pelos Estados Unidos, era considerado a segunda pessoa mais importante do Irã depois de Khamenei.
O Irã também era responsável por financiar, no Iraque, algumas das milícias que formam as Forças de Mobilização Popular.
Iraque
Parlamento iraquiano faz sessão em que aprovou pedido para governo encerrar presença de tropas estrangeiras no país
Iraqi parliament media office/Reuters
País muçulmano de maioria xiita, vive protestos desde outubro do ano passado, quando manifestantes foram às ruas contra a corrupção, o desemprego, a má qualidade de serviços públicos e a interferência estrangeira. O governo abriu fogo contra as pessoas, e a estimativa é de que mais de 500 tenham morrido e 19 mil ficado feridas, segundo a enviada especial da ONU ao país.
O primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdul-Mahdi, anunciou em novembro que renunciaria ao cargo por conta dos protestos. Ele e seu gabinete ainda estão no poder como “zeladores” até que um novo premiê seja escolhido. O prazo para isso venceu em dezembro, mas o Parlamento do país não apontou um nome.
No domingo (5), os parlamentares do país pediram ao governo que encerrasse as atividades de tropas estrangeiras no país – incluindo as dos Estados Unidos, que voltaram ao país em 2014 para combater o Estado Islâmico. Antes disso, as tropas americanas invadiram o Iraque, em 2003, e só saíram do país em 2011, em uma guerra bilionária que deixou centenas de milhares de mortos.
Israel
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
Atef Safadi/Pool via AP
Aliado histórico dos Estados Unidos no Oriente Médio, é o único país judaico da região (e do mundo). Seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, deu declaração de apoio ao ataque dos Estados Unidos que matou Soleimani.
A existência de Israel não é reconhecida por vários países da região – incluindo o Líbano, o Irã, a Arábia Saudita, a Síria e os Emirados Árabes.
Depois da morte de Soleimani, líderes iranianos fizeram reiteradas ameaças ao território israelense. A filha do general, Zeinab Soleimani, afirmou ainda que a morte do pai traria “dias mais escuros” para Israel e Estados Unidos.
Kataib Hezbollah
A milícia iraquiana Kataib Hezbollah se reúne em Bagdá antes do funeral, no sábado (4), do comandante Abu Mahdi al-Mohandis, morto em Bagdá no mesmo ataque que matou o general iraniano Qassem Soleimani.
Thaier al-Sudani/Reuters
Milícia iraquiana financiada pelo Irã, integrante das Forças de Mobilização Popular do Iraque e classificada como terrorista pelos Estados Unidos, de quem é inimiga. Foi fundada pelo comandante Abu Mahdi al-Mohandis, que morreu no mesmo ataque que matou o general Qassem Soleimani.
O grupo é acusado pelos Estados Unidos de invadir a embaixada americana em Bagdá no dia 31 de dezembro e de estar por trás do ataque, no dia 27, que matou um civil americano em uma base militar iraquiana em Kirkurk.
Seu nome significa “Brigadas do Hezbollah”, ou “Brigadas do Partido de Deus”. O grupo é separado do Hezbollah do Líbano.
Qassem Soleimani
Em foto de 2016, Qassem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, participa de um comício anual do aniversário da revolução islâmica de 1979, em Terrã, no Irã
AP Photo/Ebrahim Noroozi, File
General iraniano morto pelos Estados Unidos. Era chefe da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã, e apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país. Soleimani era considerado a segunda pessoa mais importante do Irã depois do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país.
Primeiro-ministro do Iraque. Em dezembro de 2019, anunciou sua intenção de entregar o cargo após protestos populares. Declarou que a morte de Soleimani foi um “assassinato político” e disse que o general era um “mártir” responsável por “grandes vitórias contra o Estado Islâmico”.
Síria
Presidente sírio, Bashar al-Assad
Sana / AFP
Vive uma guerra civil desde 2011, quando começaram protestos contra o governo do atual presidente, Bashar al-Assad, que governa o país desde 2000.
As principais forças no conflito são/eram:
a Rússia, o Irã e o Hezbollah, do Líbano, que apoiam Assad contra o Estado Islâmico;
a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, que lutou para combater o Estado Islâmico;
o Estado Islâmico, que já chegou a controlar parte significativa do território sírio, mas vem perdendo força desde 2016 e, hoje, detém redutos no país;
os curdos, grupo étnico de maioria muçulmana presente em vários países da região, mas sem Estado próprio. Lutaram ao lado dos Estados Unidos em pelo menos parte da guerra;
a Turquia, que combateu tanto o governo de Assad quanto o Estado Islâmico.
Até março do ano passado, cerca de 5,7 milhões de sírios haviam deixado o país, segundo a ONU, e mais de 6,1 milhões haviam sido deslocados dentro do território sírio.
Tensão elevada entre EUA e Irã
Amanda Paes/G1
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