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Casal tenta seguir em frente de acordo com as suas próprias regras, mas dificilmente conseguirá livrar-se do peso da realeza Principe Harry e Meghan Markle deixam a igreja em Windsor, no Reino Unido, após casamento real
Damir Sagolj/Reuters
O príncipe Harry e a mulher Meghan Markle não conseguiram dar conta da tarefa dúbia que lhes foi imposta: manter-se fiel às tradições da monarquia e ao mesmo tempo dar um sopro de modernidade à Casa de Windsor. O casal pediu arrego e quer seguir em frente, de acordo com as próprias regras.
Mas é possível alcançar a distância desejada? Poucos acreditam que sim. Harry e Meghan nutrem anseios contraditórios — afastar-se, embora não totalmente, das funções de membros seniores da realeza e assegurar também a independência financeira.
Não é fácil livrar-se do peso da realeza. Basta lembrar o exemplo de Diana. Após divorciar-se de Charles, em julho de 1996, ela perdeu o título de Sua Alteza Real e foi afastada de suas funções. Mas até a morte, no ano seguinte, manteve o rótulo de princesa do povo, com prestígio e popularidade inalterados.
Princesa Diana visitou as Cataratas do Iguaçu, em visita ao Brasil em 1991
Tim Grahan
Desde a morte da mãe, Harry trilhou uma trajetória complexa de jovem rebelde, mas amenizada também pelo fato de não ser herdeiro direto do trono. De terceiro na linha sucessória, passou a sexto, após o nascimento dos filhos do irmão William.
A foto da rainha Elizabeth II com os três herdeiros do trono britânico — o filho Charles, o neto William, e o bisneto George –, divulgada no fim do ano, ilustra a monarquia em quatro gerações, pronta e embalada para a década de 2020. Harry não integra a imagem. Estava de férias no Canadá elaborando, com Meghan, os termos da decisão que chocaria dias depois a família real e seus súditos.
Especialistas alegam que Harry sucumbiu à pressão e às críticas dirigidas sobretudo a Meghan. O afastamento seria uma reação natural depois que o casal virou, como definiu o jornalista Bryony Gordon, do “Daily Telegraph”, “um saco de pancadas de uma nação misógina e racista”.
Os duques de Sussex impuseram limites à sua privacidade. Não fizeram foto de família logo após o nascimento do filho Archie. Os súditos somente o conheceram quando os pais assim desejaram.
Há exemplos de sobra nesta difícil aceitação de Meghan para uma parte dos britânicos. Num deles, o apresentador da BBC Danny Baker twittou a foto de um casal segurando um filhote de chimpanzé, e a legenda: “Bebê real sai do hospital.” Foi demitido.
Em seu editorial, o “Daily Mail” considera que Harry pressionou o botão nuclear em sua carreira real, desferindo um golpe à rainha, à família e a monarquia. O casal tem uma longa jornada pela frente, precisa definir que compromissos manterá, qual o tempo que dedicará a eles e o que acontecerá com as instituições de caridade que patrocinam.
E o mais complexo: estabelecer os limites entre seus deveres reais e a futura ocupação, de forma a evitarem conflitos de interesse. Mais do que nunca, Harry e Meghan estão enredados na trama real. Nunca terão privacidade, nunca serão cidadãos comuns. Ao contrário, o interesse do público pelo casal dissidente só aumentará.

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