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Discurso maniqueísta e valores de Goebbels não podem ser tomados como modelo. Montagem de fotos com Joseph Goebbels (esq.), ministro da propaganda nazista de Hitler, e Roberto Alvim (dir.), secretário de Cultura brasileiro.
Bundesarchiv/Reprodução
Não há nada no discurso maniqueísta propagado por Joseph Goebbels durante o Terceiro Reich que possa ser considerado louvável e repetido como modelo, como fez o secretário de Cultura exonerado, Ricardo Alvim. A cultura e imprensa eram da sua jurisdição do ministro da Propaganda, conectadas com os objetivos ideológicos do nazismo.
Como eloquente executor das práticas idealizadas por Adolph Hitler, Goebbels incentivou, em 1933, a grande queima de livros de autores de autores críticos do regime — Stefan Zweig, Thomas Mann e Sigmund Freud, apenas para citar alguns exemplos. Orador carismático, promoveu expurgos de intelectuais e censura de obras em bibliotecas e universidades, sempre em nome de “uma limpeza do espírito alemão”.
Numa extensa biografia baseada nos diários de Goebbels, publicada em 2010, o historiador alemão Peter Longerich, uma das principais autoridades sobre o nazismo, demonstra como ele encarava a questão judaica: a fonte dos infortúnios da Alemanha. O antissemitismo é um traço claro nos diários aos quais dedicou-se intensamente por 27 anos, entre 1923 e 1945:
“Está ocorrendo um julgamento sobre os judeus, que é bárbaro, mas completamente merecido. Não deve haver sentimentalismo sobre esses assuntos”, escreveu em março de 1942, referindo-se à campanha de execução da política genocida.
Goebbels defendeu a libertação de Berlim dos judeus. Quatro anos antes, articulou e instigou as manifestações que desencadearam a dramática Noite de Cristal — a profanação de cemitérios e a destruição de sinagogas e empresas pertencentes a judeus.
Até o fim, no bunker cercado em Berlim, sua conexão com Hitler foi marcada pela lealdade, de forma obsessiva e implacável. A Goebbels é atribuída uma frase pronunciada há mais de sete décadas, embora sem comprovação: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.
Nos últimos dias da Segunda Guerra, na atmosfera asfixiante do bunker, tão bem retratada no filme “A queda”, o ideólogo da propaganda nazista e a mulher Magda arquitetaram o desfecho trágico da família: envenenaram os seis filhos — todos com nomes iniciados pela letra H — e depois se suicidaram nos últimos dias da guerra.

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