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Artista de 86 anos estava internado há alguns dias e testou positivo para a Covid-19. Manu Dibango, lenda do afro-jazz, durante apresentação em 2019
Reprodução/Facebook
Hospitalizado há vários dias, depois de ter sido testado positivo para a Covid-19, Manu Dibango, saxofonista camaronês e lenda do afro-jazz, morreu aos 86 anos na França. A informação foi confirmada na manhã desta terça-feira (23) por um dos responsáveis pela sua gravadora e publicada em sua rede social.
A vida de Emmanuel N’Djoke Dibango, mais conhecido como Manu Dibango, foi inteiramente dedicada à música. Ele ficou conhecido mundialmente com o sucesso de Soul Makossa, em 1972, que entrou para a lenda do jazz.
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A música fazia parte do lado B de um disco de 45 rotações, cujo título principal era um hino para o time de futebol de Camarões para a Copa Africana de Nações de futebol.
Soul Makossa caiu nas graças de DJs de Nova York, e a canção conquistou os Estados Unidos. Manu Dibango acusou Michael Jackson de plágio em uma música do álbum “Thriller” e um acordo financeiro foi firmado e colocou fim ao litígio.
Manu Dibango nasceu em Camarões em 1933. Foi no coral do templo religioso, onde sua mãe era professora, que ele aprendeu a cantar, enquanto a vitrola dos pais o fazia conhecer músicas francesa, americana e cubana, trazidas por marinheiros que desembarcam no porto de Douala.
Aos 15 anos, seu pai o enviou para estudar na França. Foram três semanas de barco até chegar ao porto de Marselha onde desembarcou, como conta em sua biografia, com 3 kg de café em sua mochila. Mercadoria rara na França. Após a guerra, o produto rendeu dinheiro suficiente para pagar um mês de pensão.
Precursor da World Music
O jazz entrou na vida de Manu Dibango, e nunca mais o deixou, e o saxofone se tornou seu instrumento favorito. Ele conheceu o também músico camaronês Francis Bebey, e juntos formaram um grupo que se apresentava em bares e casas noturnas.
Ao deixar de fazer os testes para entrar na Faculdade, seu pai deixou de sustentá-lo. Dibango se mudou para a Bélgica, onde seu jazz ganhou contornos mais africanos com o contato comunidade congolesa, em plena efervescência. O Congo Belga declarou independência em 1960. Manu Dibango partiu para Léopoldville, (atual Kinshasa), onde dirigiu uma casa noturna e lançou o twist.
No início dos anos 1960, seu país, Camarões, estava em guerra civil e ele retornou à França, onde descobriu o R&B s e estrelas francesas da época como Dick Rivers e Nino Ferrer, que o contrataram como músico.
Nos anos 1990, Manu Dibango gravou o álbum “Wakafrik”a com os maiores sucessos africanos, uma viagem de Dakar à Cidade do Cabo.
Youssou N’Dour, Salif Keita, Angélique Kidjo, Peter Gabriel participam do projeto. Outros álbuns foram ainda gravados por esse artista genial, precursor da World Music
Reações
Artistas, autoridades e fãs de Dibango expressaram a tristeza pela morte do musico elas redes sociais.
O músico senegalês Youssou Ndour escreveu no Twitter: “Não tenho palavras para traduzir minha tristeza. Você foi um gigante, meu irmão, um orgulho para os Camarões e para toda a África. Uma perda imensa! RIP o Rei da Makossa e Gênio (do) Sax”.
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Já o ministro francês da Cultura, Frank Rieskier, escreveu. “O mundo da música perde uma de suas lendas. A generosidade e o talento de Manu Dibango não conheciam limites. Cada vez que subia ao palco, ele se entregava intensamente ao público para fazê-lo vibrar de emoção. Penso em sua família e seus entes queridos.”

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