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A dois meses das eleições e indiciado em três processos, premiê israelense ganha tempo ao solicitar imunidade ao Parlamento. Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visita base do Exército nas colinas de Golã no domingo (24)
Atef Safadi/Pool via AP
Há duas décadas à frente da política israelense, o premiê Benjamin Netanyahu faz jus à fama de sobrevivente. Sempre que é dada como certa a sua morte política, ele recobra forças para uma nova batalha, não importam os meios utilizados. Indiciado por fraude e suborno em três processos e a dois meses de enfrentar a terceira eleição geral em um ano, Netanyahu pediu ao Parlamento que lhe conceda imunidade e o proteja dos tribunais enquanto estiver no cargo.
O premiê esperou até o último momento para apresentar esta cartada, vista como impopular e no meio de uma campanha eleitoral. Logo após o Natal, Netanyahu ganhou fôlego na disputa da liderança de seu partido, o Likud, com o ex-ministro Gideon Saar. Obteve mais de 70% de votos e capital político para requerer o foro privilegiado diante das acusações do Ministério Público.
Netanyahu vence eleição para se manter no comando do partido Likud
Em artigo publicado no “The Times of Israel”, o líder do Azul e Branco, Benny Gantz, principal rival político do premiê nas duas últimas eleições, protestou com duras palavras: o Knesset (Parlamento de Israel) não é refúgio para criminosos.
“Eu nunca poderia imaginar que chegaria o dia em que o primeiro-ministro de Israel mostraria um desrespeito tão flagrante pelo sistema de Justiça de nosso país e se recusaria a comparecer em tribunal. Mas agora sabemos exatamente pelo que estamos lutando”, escreveu Gantz.
Netanyahu, por sua vez, procura ganhar tempo, arrasta o quanto pode a decisão para depois das eleições e embarca numa frenética campanha eleitoral com um só objetivo: para conquistar a maioria clara de 61 deputados no Parlamento israelense. É uma aposta arriscada, já que ninguém consegue vislumbrar claramente este cenário.
Qualquer outro governante já teria renunciado. Foi o caso, por exemplo, do ex-premiê Ehud Olmert, que em 2008 pediu para sair antes de ser julgado e preso. Mas a realidade é outra: estamos diante de uma raposa política, que preza pela persistência e pelo apego ao cargo.
Seu mantra é o mesmo do presidente dos EUA, Donald Trump, às voltas com um processo de impeachment: o de apresentar-se como vítima de perseguição política e de uma caça às bruxas. Busca, dessa forma, uma conexão direta com o eleitor.
O governo, contudo, está paralisado há um ano, com o Parlamento impossibilitado de formar comissões que possam analisar, por exemplo, o pedido de imunidade solicitado por Netanyahu. O eleitor demonstra cansaço do impasse político, que, até agora, só vem livrando o premiê israelense do esperado ajuste de contas nos tribunais.

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