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Complexo da embaixada americana foi invadida por manifestantes que protestam contra ataque feito a uma base de uma milícia apoiada pelo Irã. Um militar iraquiano passa por pneus em chamas na frente da embaixada dos EUA em Badgá, no dia 1º de janeiro de 2020
Thaier al-Sudani/Reuters
Grupos paramilitares que se manifestaram contra ataques dos Estados Unidos no Iraque pediram aos seus apoiadores para que saiam do perímetro da embaixada norte-americana em Bagdá nesta quarta-feira (1). Não há, no entanto, indicação de que isso vá de fato acontecer.
A região da embaixada foi invadida na terça-feira (31) por manifestantes irritados com os ataques aéreos dos americanos, que mataram ao menos 25 pessoas que pertenceriam a um grupo apoiado pelo Irã.
Manifestantes protestam em frente à embaixada dos EUA no Iraque
Na quarta-feira (1), os manifestantes dispararam pedras contra o edifício, e forças de segurança tentaram dispersá-los com bombas de gás.
As Forças Populares de Mobilização (PMF, na sigla em inglês), uma aglomeração de diversas milícias xiitas, disse que a multidão deve dispersar porque sua mensagem já foi ouvida, e que é preciso preservar o prestígio do Estado.
Acampamento na embaixada
Esse protesto é um novo capítulo da disputa entre os EUA e o Irã, e levanta questões a respeito da presença de americanos no Iraque.
Donald Trump, o presidente dos EUA, ameaçou retaliar contra o Irã, mas depois disse que não quer iniciar uma guerra.
Os EUA jogaram bombas em bases das milícias do Kataib Hezbollah no domingo (29). Foi uma resposta a um ataque com mísseis contra uma instalação de uma empresa contratada pelos EUA no norte do Iraque, que deixou um morto.
Na terça-feira (31), uma multidão protestou no país, com gritos de morte aos EUA, iniciou incêndios, jogou pedras e quebrou câmeras de vigilância. Apesar de terem invadido o perímetro da embaixada, não entraram no edifício.
O prédio da embaixada é grande, fica na margem do rio Tigre, em uma região central de Bagdá que foi fortificada durante a ocupação do país, depois de 2003, que tirou Saddam Hussein do poder. É a maior missão diplomática dos EUA no mundo.
De acordo com o governo dos EUA, os diplomatas estão seguros. Foram enviadas mais tropas à região.
De terça (31) para quarta-feira (1), os manifestantes ergueram barracas e acamparam do lado de fora da embaixada.
Na manhã desta quarta (1), foram levados suprimentos, equipamentos para cozinhar e colchões.
Militares do Iraque negociaram com os manifestantes em uma tentativa de convencê-los a sair da área, mas não tiveram sucesso. O governo dos EUA pressiona os líderes do exército do país.
Guerra por procuração
A ação contra os EUA acontece depois de meses de protestos contra as milícias apoiadas pelo Irã. Muitos iraquianos reclamam que seu país virou um campo de batalha para uma espécie de guerra fria entre os americanos e os iranianos.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, condenou os EUA na quarta-feira (1). O Irã convocou um representante da Suíça, que representa os interesses americanos em Teerã, para reclamar da incitação à guerra por parte dos EUA.
Trump acusou o Irã de orquestrar a violência na região da embaixada, e disse que os iranianos serão responsabilizados.
Mais soldados serão enviados à embaixada, de acordo com autoridades dos EUA. Inicialmente, as 750 tropas vão ficar no Kuwait.
Um número de até 4.000 tropas pode ser enviado à região nos próximos dias. No Iraque já há 5.000 grupos de soldados que apoiam as forças iraquianas.
Com os ataques, os iraquianos passaram a pedir a saída dessas forças americanas, e não só as milícias ligadas ao Irã.

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