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Caótico debate democrata revela desespero da ala moderada do partido para frear ascensão de Sanders. Bernie Sanders durante comício no Texas, em 22 de fevereiro de 2020
Paul Ratje / AFP
A gritaria entre os candidatos no debate em Charleston, na Carolina do Sul, refletiu também o desespero na ala moderada do Partido Democrata para interromper a ascensão de Bernie Sanders como o favorito para enfrentar o presidente Donald Trump em novembro. Os torpedos na direção do senador de Vermont revelaram-se ineficazes: nenhum dos concorrentes mostrou habilidade suficiente para derrubá-lo.
Os ex-prefeitos Michael Bloomberg e Pete Buttigieg adotaram o tom alarmista e acionaram o botão Putin, sob o argumento de que a indicação de Sanders como candidato democrata ajudará a reeleger Trump e implicará em derrotas do partido na Câmara e no Senado.
Bloomberg, que só enfrentará o teste das urnas na Super Terça, foi além, desenvolvendo o raciocínio de que a Rússia ajuda Sanders nas primárias apenas para beneficiar Trump nas eleições gerais.
“A Rússia quer caos, e o caos é o que está vindo em nossa direção. Imagine passar a maior parte de 2020 com Bernie Sanders e Donald Trump”, alardeou Buttigieg.
O debate confuso e barulhento deve ter pouca influência nas primárias de sábado, na Carolina do Sul, onde Biden tem a chance de finalmente de assegurar a primeira vitória, testando a preferência do eleitorado negro como ex-vice-presidente de Barack Obama.
Aos poucos, contudo, Sanders derruba esse mito. Uma pesquisa Reuters/Ipsos revelou que, pela primeira vez, ele ultrapassou Biden junto ao grupo de eleitores. E assegura também vantagem em primárias da Super Terça, no dia 3, que definirá mais de um terço do total de delegados à convenção do partido, em julho. Nas pesquisas nacionais, o senador de Vermont tem 25% das preferências, dez pontos a mais do que Biden e Bloomberg.
Dá para entender por que Sanders foi o principal alvo de um debate caótico, em que candidatos democratas atropelaram uns aos outros, envolveram-se em discussões paralelas, e ainda enfrentaram as manifestações de torcidas que vinham do auditório. Biden se mostrou agressivo; Bloomberg melhorou o desempenho em relação ao debate de Las Vegas, mas não convenceu. Na tentativa de ajudar Sanders, Elizabeth Warren estocou o quanto pôde o ex-prefeito de Nova York, questionando a sua legitimidade como democrata.
Como resultado, o espetáculo saiu do controle dos concorrentes e dos moderadores. E, mais importante, não avançou para esclarecer os rumos que o partido tomará; muito menos para unificá-lo. Ponto para Trump.

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