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Ataques do Irã a bases americanas no Iraque foram cautelosos para não deixar vítimas e evitar, assim, nova resposta dos EUA. Imagem de vídeo da TV iraniana mostra suposto lançamento de mísseis do Irã sobre base militar americana em Al-Asad, no Iraque, na madrugada de quarta-feira (8)
AFP Photo/Islamic Republic of Iran Broadcasting
“Até agora, tudo bem!” O presidente dos EUA, Donald Trump, demonstrou alívio, pelo Twitter, pela aparente ausência de baixas nos dois ataques com mísseis iranianos contra bases americanas que hospedam tropas americanas no Iraque. O chanceler do Irã, Javad Zarif, corroborou: a operação, proporcional e em legítima defesa, foi concluída.
Aparentemente, o regime calculou milimetricamente os riscos dos ataques: deu uma rápida resposta à população em luto pela morte do general Qassem Soleimani, logo após o funeral, mas antes teve o cuidado de avisar o governo iraquiano sobre a ação. Os mísseis foram lançados durante a madrugada e em áreas não habitadas.
O tapa na face dos EUA — a imagem usada pelo líder supremo, Ali Khamenei, para definir o ataque — parece ter sido dado intencionalmente de forma a não deixar marcas. O Irã alardeia ter feito 80 mortos, mas tanto a Otan quanto o governo iraquiano descartam a cifra.
A mensagem do regime, ao revidar o assassinato de Soleimani, portanto, está mais direcionada ao público interno do que aos EUA. “Nós não buscamos a escalada do conflito ou a guerra, mas nos defenderemos de qualquer agressão”, afirmou o chanceler Zarif, num tom moderado e em inglês.
TV do Irã divulga imagens do lançamento de mísseis contra base dos EUA no Iraque
Em bom português, o conflito militar aberto não interessa ao Irã e muito menos aos EUA. O quarto ano de mandato é também o mais complexo para Donald Trump, mistura eleição e impeachment. Mas a imagem de caixões envoltos em bandeira americana, de volta ao país, apresenta danos mais significativos à sua reeleição.
Ainda que a resposta do Irã tenha sido cautelosa, não imprimindo vítimas que pudessem gerar uma retaliação dos EUA, ambos os lados mostraram, em uma semana, que estão aptos a atacar diretamente um ao outro, utilizando o palco iraquiano. Justamente por isso, talvez agora seja o melhor momento para os dois países refrearem os ânimos e o espírito belicoso.

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