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Após vitória folgada em Nevada, senador pavimenta caminho como o favorito para concorrer com Trump em novembro. O senador Bernie Sanders era o favorito nas prévias de Nevada, mas não da forma avassaladora como a realidade se impôs nas assembleias de voto. Ele obteve mais do que o dobro de apoio em relação ao segundo colocado, o ex-vice-presidente Joe Biden, num estado que indica apenas 36 delegados à convenção democrata, mas, que serve de laboratório pela diversidade racial: 30% de seus eleitores são latinos; 10%, negros.
A vitória em Nevada, sem dúvida, deu impulso a Sanders, que aproveita o momento e pavimenta o caminho para tornar-se o candidato democrata que concorrerá em novembro com o presidente Donald Trump.
O senador de Vermont ganhou fôlego entre os latinos, o que o levou, logo após o anúncio dos resultados preliminares, a proclamar sua candidatura como uma coalizão multirracial e multigeracional.
Em seu melhor desempenho até agora, Biden não teve outra escolha a não ser assegurar aos eleitores o seu retorno à disputa, com um melancólico “estamos vivos”.
Bernie Sanders discursa em San Antonio, Texas, no sábado (22)
Reuters/Callaghan O’Hare
A campanha de Sanders mostrou-se profissional e bem-sucedida para mudar o resultado obtido na primária de 2016, quando o senador perdeu para Hillary Clinton: há dez meses, montou uma máquina organizada em Nevada, instalando 11 escritórios no estado. Na véspera dos caucuses, os jovens partidários do senador de 78 anos bateram à porta de 500 mil residências em 17 condados. Deu certo.
A próxima primária, no sábado (29), na Carolina do Sul, será também a oportunidade para Sanders testar sua força entre o eleitorado negro. O favorito Biden precisa assegurar no estado a sua primeira vitória para justificar sua permanência na disputa.
As pesquisas indicam, contudo, que o ex-vice-presidente está perdendo a vantagem para Sanders e preveem empate técnico entre os dois pré-candidatos.
A 10 dias da Super Terça, quando estão em jogo 1.334 delegados – mais de um terço do total – Sanders se consolida como o líder da corrida nacional e impõe aos demais pré-candidatos uma disputa entre si para ser a alternativa a ele.
Isso certamente torna mais lenta e desgastante a escolha e favorece – adivinhem quem? O atual inquilino da Casa Branca, Donald Trump, que assiste de camarote à briga democrata.
