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Após assinatura de acordo no Catar, impasse sobre prisioneiros do grupo extremista islâmico continua. Militantes do Talibã comemoram acordo de paz assinado com os EUA, em 2 de março de 2020
Noorullah Shirzada / AFP
O grupo extremista islâmico Talibã rejeitou nesta quarta-feira (11) a proposta do governo do Afeganistão de libertar 1,5 mil prisioneiros como um “gesto de boa vontade”. A facção também alertou que está disposta a retomar os combates.
O decreto anunciado pelo presidente Ashraf Ghani sobre a disposição do governo afegão de libertar esses 1,5 mil extremistas antes do início das negociações criou esperanças de que os talibãs se sentassem à mesa de negociações.
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Essa oferta consiste em liberar progressivamente os 5 mil prisioneiros insurgentes por vários meses, em troca de uma redução “significativa” da violência no país, disse um porta-voz do Talibã à AFP.
“Os 5 mil prisioneiros devem ser libertados ao mesmo tempo”, declarou Suhail Shaheen, assegurando que serão necessárias negociações entre os insurgentes e o governo afegão.
As negociações fazem parte de acordo assinado no fim de novembro em Doha, no Catar, entre o Talibã, o governo afegão e com participação dos Estados Unidos (veja mais abaixo).
EUA e grupo extremista Talibã assinam acordo de paz histórico
Negociações entre Talibã e Afeganistão
As negociações, que deveriam ter começado na terça-feira, foram adiadas por falta de acordo entre as partes sobre a libertação dos prisioneiros.
Para o Talibã é um requisito imprescindível para a abertura das negociações de paz. O presidente Ghani havia rejeitado a ideia, mas terminou fazendo a proposta na quarta-feira.
De acordo com o porta-voz do governo afegão, Sediq Sediqqi, “a libertação de 1,5 mil presos talibãs” começaria no sábado, com uma média de 100 detentos ao dia.
O líder da delegação do Talibã, Abdul Ghani Baradar, assina o acordo com os Estados Unidos em cerimônia em fevereiro em Doha, no Catar.
Ibraheem al Omari/Reuters
Assim que as negociações entre Cabul e os extremistas começarem, 500 presos serão libertados a cada duas semanas até alcançar a marca de 5 mil, desde que a violência diminua de maneira significativa, explicou o porta-voz. Mas a proposta não foi aceita pelos talibãs.
Essa recusa semeia novas dúvidas e cada dia de atraso nas possíveis negociações significa mais derramamento de sangue, com os insurgentes perpetrando dezenas de ataques em todo o país.
Nesta quarta-feira, o governo também alertou que retomaria suas operações ofensivas contra os rebeldes na próxima semana se a violência continuar, encerrando um cessar-fogo parcial e unilateral, estabelecido antes das negociações.
“O fracasso desse processo será de responsabilidade do Talibã”, disse Sediqqi, acrescentando: “tomamos as medidas políticas necessárias, mas a outra parte ainda insiste na violência”.
Nossas forças estão atualmente em ‘defesa ativa’, mas a partir da próxima semana, se os talibãs continuarem com violência, iremos retaliar”, alertou.
Decreto afegão
Foto de 2009 mostra soldados dos EUA no Afeganistão
Manpreet Romana/AFP
No Afeganistão, a semana começa no sábado. O decreto de Ghani flexibiliza a posição do governo, mas impõe condições: nenhum dos prisioneiros libertados voltaria à frente de combate.
O enviado dos EUA para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad, saudou o decreto e incentivou o governo e o Talibã a se encontrarem “imediatamente” no Catar, a fim de resolver os detalhes da troca de prisioneiros.
Este decreto foi anunciado horas após o anúncio nos Estados Unidos de que suas forças haviam começado a se retirar de duas bases no Afeganistão, após o compromisso de se retirar do país dentro de 14 meses em troca de garantias de segurança dos talibãs

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