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A revolta popular contra o ditador Bashar al-Assad e por reformas democráticas começou no dia 15 de março de 2011 e se transformou numa das guerras mais atrozes da história. Homem segura bebê salvo de escombros do que ativistas dizem ter sido um ataque de forças leais ao presidente Bashar al-Assad, em Aleppo, na Síria, em 14 de fevereiro de 2014
Reuters/Hosam Katan
A guerra na Síria entra neste domingo (15) no 10º ano, com o regime do presidente Bashar al-Assad consolidando seu controle sobre um país devastado pelo conflito, com uma economia dizimada e sob a intervenção de potências estrangeiras com interesses divergentes.
A revolta popular contra o ditador Bashar al-Assad e por reformas democráticas começou no dia 15 de março de 2011 e se transformou numa das guerras mais atrozes da história. Assad ainda está determinado a reconquistar todo o território sírio com seus aliados estrangeiros, principalmente a Rússia e o Irã.
De acordo com a nova avaliação do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), ONG que conta com uma ampla rede de fontes militares e médicas em toda a Síria, pelo menos 384 mil pessoas morreram desde o início dos combates.
Segundo relatório divulgado pelo Unicef, quase cinco milhões de crianças nasceram na Síria durante a guerra, e um milhão no exílio. As crianças pagam um preço altíssimo nesse conflito, constata o Fundo das Nações Unidas para a Infância. Cerca de 5 mil menores foram recrutados para lutar, incluindo crianças de 7 anos de idade.
Várias regiões sírias ainda escapam ao cerco das tropas do regime. No leste, os curdos controlam vastos territórios, mesmo que seu projeto de autonomia tenha sido enfraquecido em grande parte pelo desengajamento parcial dos americanos e pelas ofensivas da Turquia.
No norte, a província de Idlib encontrou uma calma muito precária nos últimos dias. Mas qual seria o futuro para os milhões de civis sírios que se reuniram nesse enclave ainda mantido por grupos rebeldes e jihadistas?
Pior desastre humanitário desde a Segunda Guerra
Esse conflito é o “pior desastre causado pelo homem desde a Segunda Guerra Mundial”, estimou a ONU em 2017. Os bombardeios e a destruição causaram o êxodo de mais de 11 milhões de pessoas entre os 25 milhões de sírios. Deslocadas ou refugiadas, milhares de famílias ainda tentam chegar à Europa.
A organização OSDH denuncia incansavelmente os abusos aos direitos humanos perpetrados pelo regime, acusado de realizar ataques químicos de massa, apesar de proibidos pelo direito internacional, além de tortura e prisões arbitrárias.
Um regime enfraquecido
O presidente sírio insiste que seu objetivo é reconquistar todo o território. Mas isso só pode ser considerado com o apoio militar de Moscou e Teerã. Assad deve a sobrevivência de seu regime em particular a esses dois aliados, mas à custa de grande dependência.
Nove anos após o início do conflito, o ditador de Damasco fala frequentemente em vitória, mas em um país que está sob tutela estrangeira. Ainda muito isolada internacionalmente, a Síria sofre uma grave crise econômica.
Um país mortificado
Como relata o correspondente da RFI em Beirute, Paul Khalifeh, na véspera do envolvimento da Rússia na guerra – em setembro de 2015 –, o exército sírio controlava apenas 10% do território. Um espaço fragmentado, composto pela capital Damasco e as principais cidades do país, enquanto a maioria das áreas rurais estava nas mãos de rebeldes e jihadistas.
Cinco anos depois, com o apoio dos russos, iranianos e do Hezbollah libanês, as tropas do governo recuperaram o controle da fronteira com a Jordânia, o Líbano e uma parcela da divisa com o Iraque.
O regime reconquistou 70% do território, restabeleceu as principais rotas de comunicação entre as regiões, sendo a mais recente a rodovia M5, que atravessa a Síria de norte a sul, passando por Damasco e Aleppo.
Ao longo dos anos, o exército sírio e seus aliados eliminaram as brigadas armadas da oposição e o grupo Estado Islâmico, que controlava metade do país. Em sua última ofensiva, assumiu o controle de grande parte da província de Idlib, a última fortaleza rebelde e jihadista.
A Turquia continua sendo o último grande ator regional ainda influente no noroeste. O nordeste do país, controlado pelas milícias curdas, ainda escapa do poder central.

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