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Em comparação, houve transmissão local da doença em 34% dos países afetados, e 29% tiveram apenas um caso da doença, segundo levantamento do G1. Pedestres andam com máscaras contra o Covid-19 nesta segunda (2) em Teerã, no Irã. O país tem o maior número de mortes pela doença fora da China.
AP Foto Vahid Salemi
Levantamento feito pelo G1 com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que, dos 64 países que relataram casos de Covid-19, 41 deles, incluindo o Brasil, tem apenas casos importados da doença – de pessoas que se infectaram fora de seus territórios – , cerca de 64% do total.
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Outros 22, cerca de 31%, registraram transmissão local – de pessoas que se infectaram dentro do país que reportou o caso. Um país, Mônaco, ainda tem um caso sob investigação.
A apuração do G1 levou em consideração os casos que foram reportados à OMS até a manhã de segunda-feira (2), dois meses depois do primeiro registro da doença em Wuhan, na China, em 31 de dezembro de 2019.
Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o número de países afetados reforça a necessidade de contenção do vírus. Em coletiva nesta segunda (2), Ghebreyesus e outros especialistas da entidade afirmaram que “não hesitariam” em declarar uma pandemia da doença, mas que não acreditam ter chegado a este ponto ainda.
“Mais de 130 países não reportaram nenhum caso. Eu deixo a pergunta para vocês: isso não pode ser contido? Para nós, eu espero que fique claro, se render não é uma opção. Nós temos que fazer o melhor com uma estratégia de contenção”, declarou.
Dos 64 países que reportaram a doença, segundo os dados da OMS, 19 – aproximadamente 29% – tiveram somente um caso da doença: Afeganistão, Argélia, Armênia, Bélgica, Bielorrússia, Camboja, Equador, Estônia, Irlanda, Lituânia, Luxemburgo, Macedônia do Norte, Mônaco, Nepal, Nigéria, Nova Zelândia, República Dominicana, San Marino e Sri Lanka.
“Enquanto a gente tiver casos importados, sem transmissão sustentada dentro do país, isso significa que estamos conseguindo fazer o isolamento do caso para não ter casos secundários”, avalia a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Entretanto, Richtmann lembra que não é possível dizer que os países que só tiveram casos importados conseguiram “parar” a disseminação do vírus, pois eventuais infectados ainda podem estar entre os casos suspeitos – como é o caso do Brasil, que, até segunda-feira (2), tinha 433 casos sendo monitorados pelo Ministério da Saúde.
OMS defende contenção
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e Maria van Kerkhove, líder técnica de programas de emergência da entidade, em coletiva nesta segunda (2).
OMS
Os líderes da OMS insistem que os países precisam investir em medidas para impedir a disseminação do Covid-19, como já haviam enfatizado na semana passada. Para a entidade, a contenção – impedir que o vírus se espalhe – tem se mostrado eficaz e deveria ser a prioridade de países atingidos. As afirmações vieram depois de questionamentos sobre a utilidade dessas medidas.
“Aceitar que a mitigação é a única opção é aceitar que o vírus não pode ser parado – e nós vimos prova na China que ele pode ser freado significativamente se todas as medidas possíveis forem tomadas”, disse então o diretor de emergências da entidade, Michael Ryan.
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A mitigação é o estágio, em uma epidemia, em que fica claro que não é mais possível deter a disseminação do vírus – e outras medidas passam a ser adotadas, como tratamentos ou o oferecimento de vacinas. Não existe ainda, entretanto, vacina ou cura para o Covid-19. Cerca de 80% dos casos são leves, mas um pequeno percentual deles é severo. Fora do território chinês, cerca de 1,5% das pessoas infectadas morreram.
“Ambas as estratégias são necessárias em muitas epidemias. O que nós temos dito é que conter o vírus e interromper a transmissão nos dá uma oportunidade de pará-lo – o que claramente está funcionando na China, em Singapura: está retardando o vírus”, declarou Ryan.
Na semana passada, outro levantamento do G1 mostrou que o número de novos casos da doença na China atingiu o menor número em um mês.
Maioria tem menos de 100 casos
Mulheres usam máscaras contra o novo coronavírus em Minsk, Bielorrússia, nesta sexta-feira (28).
Sergei Grits/AP
Até a manhã de domingo (1º), 52 dos 58 países – quase 90% – tinham menos de 100 casos da doença. Os únicos que haviam superado uma centena eram França (100), Singapura (102), Japão (239), Irã (593), Itália (1.128) e Coreia do Sul (3.736).
Apenas dois tinham mais de mil casos, além da China: Coreia do Sul e Itália. (Nesta segunda-feira, a imprensa internacional noticiou que o Irã atingiu a marca dos 1.500 casos).
Outros países, como o Nepal e o Camboja, registraram o primeiro caso há mais de um mês, e, desde então, não tiveram novas infecções reportadas. A Índia, que reportou o primeiro caso no dia 30 de janeiro, tinha 3 registros de Covid-19 até 1º de março. Nenhum dos 3 países teve transmissão local da doença.
Já o Irã mostrou a tendência oposta: entre 23 e 28 de fevereiro, o número de novos casos no país só cresceu: foram 10 novas infecções no dia 23, e o número alcançou os 245 novos casos no dia 28. O país também registrou o maior número de mortos fora da China: 66, nesta segunda-feira (2).
Rosana Richtmann avalia que, neste caso, é preciso levar em consideração que o país pode não saber exatamente quantas pessoas estão infectadas pela doença – e, por isso, a taxa de letalidade do Covid-19 parece alta naquele país. A taxa de letalidade representa o número de mortos por uma doença em relação ao número de infectados por ela.
“Conter essa doença no Irã não ajuda só o Irã, ajuda o mundo”, declarou Michael Ryan, diretor de emergências da OMS nesta segunda (2).
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