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Pai e filha vivem em Idlib, área de intenso conflito no noroeste do país. ‘Não é assustador, é engraçado’, diz menina de 3 anos que brinca com o pai sírio
Moradora da província de Idlib, na Síria, a pequena Salwa convive diariamente com o barulho de mísseis e bombas disparadas em um conflito que avança na região noroeste do país.
As explosões, entretanto, não parecem ser ameaça para a menina que se mostrou bastante corajosa. “Não é assustador, é engraçado”, disse nesta quinta-feira (20) à agência de notícias Reuters.
No início da semana, a criança de apenas 3 anos protagonizou um vídeo que se tornou viral. Nele, a pequena era distraída pelo pai durante uma ofensiva do regime sírio contra rebeldes.
Seu pai, o repórter cinematográfico Abdallah al-Muhammad explicou que tenta fazer com que a filha não tenha medo do barulho e por isso criou a brincadeira de rir e fazer vídeos a cada vez bombardeio.
As tropas sírias avançam, desde dezembro, contra rebeldes das províncias de Idlib e Aleppo, com o apoio de aviões russos.
O sírio Abdallah al-Mohammed verifica um telefone com sua filha de três anos, Salwa, em sua casa em Sarmada
Abdulaziz Ketaz/AFP
‘Fogos de artifício’
Muhammad disse Salwa se assustava com barulhos muito altos e durante uma festa popular, pediu às crianças, que brincavam com fogos de artifício e bombinhas, que mostrassem que não havia perigo e que o barulho era, também, divertido.
“Eles começaram a rir e ela percebeu que tudo era uma brincadeira”, disse Muhammad. “Dois dias depois, a força aérea atacou e eu disse imediatamente para ela não se preocupar, que eram apenas como as crianças detonando foguetes.”
Desde então ele continua usando a mesma estratégia, mas disse que a filha entende que as explosões são de mísseis, e não de fogos de artifício. O pai explicou que sempre que há uma ofensiva aérea em sua região, leva a filha para uma área segura e a brincadeira começa.
O sírio Abdallah al-Mohammed verifica um telefone com sua filha de três anos, Salwa, em sua casa em Sarmada
Abdulaziz Ketaz/AFP
Conflito no noroeste do país
Em dezembro, a ofensiva do regime de Damasco no noroeste da Síria alcançou um “nível terrível” e provocou a fuga de 900 mil pessoas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Com o apoio de Moscou, do governo sírio lançou a ofensiva contra na região de Idlib, onde está o último grande reduto jihadista e rebelde.
A Guerra da Síria começou em março de 2011 com a violenta repressão do governo a manifestações pacíficas. O conflito se degenerou e, desde então, mais de 380 mil pessoas morreram.
Exército sírio consolida controle de região que era dominada por insurgentes