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Oposição acusa partido do presidente de fraudar votação para se manter no poder. Dividido etnicamente, país vizinho ao Brasil deve crescer 85,5% em 2020 graças à produção de petróleo. Candidato à reeleição, presidente da Guiana, David Granger, dá entrevista após votar nas eleições gerais que o país passou na segunda-feira (6)
AFP PHOTO/APNU+AFC
Denúncias de fraude eleitoral atingiram nesta semana a Guiana — considerado o país com maior crescimento econômico estimado para 2020. A oposição acusa o governo de ter manipulado as eleições gerais de segunda-feira (2) para reeleger o presidente David Granger, no poder desde 2015.
Segundo opositores, os conselhos eleitorais aumentaram de maneira fraudulenta o número votos no distrito eleitoral mais populoso da Guiana. A vantagem na região daria a Granger a liderança contra o candidato da oposição, Irfaan Ali.
Ifraan Ali, candidato a presidente da Guiana, após votar nas eleições de segunda-feira (2)
Luis Acosta/AFP
A crise piorou nesta sexta-feira (5), quando policiais cercaram um prédio da Comissão de Eleições da Guiana. Na véspera, a polícia já havia expulsado alguns dos servidores que trabalham no local.
O caso repercutiu internacionalmente. Em comunicado, diplomatas de Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia disseram estar “preocupados com acusações críveis de fraude eleitoral” e pediram a Granger que “evite uma transição de governo inconstitucional”.
Mapa da Guiana
G1
A Guiana é um país com cerca de 800 mil habitantes que faz fronteira com o Brasil, nos estados de Roraima e Pará. A população se compõe principalmente de descendentes africanos e indianos, sobretudo da época em que o território pertencia ao Reino Unido.
A questão étnica, aliás, explica em parte a tensão política. Tal disputa ocorre sobretudo após o recente desenvolvimento da exploração de petróleo no país, impulsionada com as sanções impostas à vizinha Venezuela. Para 2020, o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera um crescimento econômico de 85,5% para a Guiana. Entenda abaixo.
Disputa na Guiana
Mulheres passeiam em Georgetown, capital da Guiana, em foto de domingo (1º). País dividido etnicamente passou por eleições em março
Luis Acosta/AFP
Desde que se tornou independente do Reino Unido em 1966, guianeses descendentes de indianos e africanos disputam o poder no país. Na década de 1980, os grupos étnicos se organizaram principalmente em duas forças políticas antagônicas que se revezaram no poder. São elas:
Congresso Nacional Popular. É o partido do atual presidente, David Granger, Lidera coalizão formada principalmente pela população descendente de escravos africanos.
Partido Popular Progressista. Na oposição desde 2015, a sigla representa descendentes de trabalhadores indianos que viajaram ao país no século XIX para trabalhar em plantações de açúcar.
Eleitores fazem fila para votar em Lenora, na Guiana, na segunda-feira (2)
Luis Acosta/AFP
A eleição para presidente da Guiana é indireta: vence quem conseguir o maior número de assentos no Parlamento. Ainda assim, quem detém o cargo fica tanto com a chefia do governo quanto a chefia de estado, diferentemente de países parlamentaristas.
Em 2018, Granger perdeu uma moção de desconfiança no Parlamento, o que o obrigaria a convocar novas eleições ainda em 2019. Porém, o caso tramitou em diferentes instâncias do Judiciário, e as eleições somente ocorreram em março deste ano.
Petróleo em jogo nas eleições
Navios levam insumos para plataforma de petróleo na Guiana em foto de 23 de janeiro
Luc Cohen/Arquivo/Reuters
A previsão do largo crescimento de 85,5% do PIB guianês em 2020 se explica no início da exportação do petróleo produzido no país. De acordo com a BBC, a produção na Guiana pode chegar a entre 700 mil e 1 milhão de barris por dia.
Além disso, a Guiana deve se aproveitar do colapso econômico da Venezuela — sobretudo depois que os Estados Unidos impuseram sanções ao setor de petróleo venezuelano para pressionar o regime de Nicolás Maduro.
VEJA TAMBÉM: Venezuela sem espaço para armazenar petróleo
Assim, a chegada da Guiana no mercado petroleiro reverberou na disputa política do país. Isso porque, segundo a agência Reuters, a oposição critica o presidente por não insistir que a Exxon — uma das empresas que explora o petróleo na região — repasse um percentual maior do lucro obtido ao Estado.
Saiba mais sobre a importância do petróleo para a economia da Guiana no VÍDEO abaixo
Com a descoberta de petróleo, Guiana tem expectativa de crescimento econômico

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