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Viagens de turismo entre Estados Unidos e Europa movimentam R$ 130 bilhões anualmente, segundo dados do governo americano. Balcões da companhia aérea alemã Lufthansa vazios são vistos no aeroporto de Frankfurt, no oeste da Alemanha, nesta quinta-feira (12)
Daniel Roland / AFP
O presidente Donald Trump anunciou na quarta-feira (11) a proibição de viagens de estrangeiros que deixarem países da Europa com destino aos Estados Unidos para evitar a expansão do novo coronavírus.
A decisão americana veio a público no dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia de Covid-19, o que indica que a doença já está presente em diversos continentes com transmissão contínua entre as pessoas.
A restrição de viagens, que vai durar 30 dias a partir de sexta-feira (13), terá impactos de maneira especial nas indústrias ligadas ao turismo. Viagens de turismo entre Estados Unidos e Europa movimentam R$ 130 bilhões anualmente, segundo dados do governo americano.
União Europeia condena suspensão de viagens imposta pelos EUA
Companhias aéreas
Passageiros observam quadro com voos cancelados no aeroporto de Bruxelas, na Bélgica, nesta quinta-feira (12)
Kenzo Tribouillard / AFP
Analistas indicam que as restrições americanas aumentarão a pressão sobre companhias aéreas, principalmente europeias, que já estão sofrendo com a pandemia de coronavírus.
A iniciativa americana amplia as medidas de isolamento, que já atingiram a China e, atualmente, afetam severamente a Itália. Essas medidas desestimulam turistas, que optam por não deixarem suas casas.
As ações de companhias aéreas europeias caíram 20% no índice de referência Stoxx 600, à medida que o setor se preparava para um freio quase sem precedentes na atividade.
As ações da Air France, a Lufthansa e a IAG, proprietária da British Airways e da Iberia, caíram 13%, segundo o New York Times.
Turismo
O sindicato das operadoras de turismo da França (Seto) estima que 400 mil franceses serão prejudicados.
“Esta é a pior notícia para as companhias aéreas e o pior cenário para nós”, disse René-Marc Chikli, presidente do Seto. Ele estima que pelo menos 100.000 franceses tinham pacotes de viagens comprados para os meses de março e abril, de acordo com a Rádio França Internacional.
A decisão da Casa Branca pegou de surpresa as agências de viagens francesas.
A Travel Companies, que representa as empresas do setor, estima que entre 300 mil e 400 mil franceses deveriam viajar para os Estados Unidos nos três próximos meses para lazer ou trabalho.
Setor hoteleiro
Na esteira dos anúncios de Donald Trump, o Departamento de Estado dos EUA também apelou aos americanos para evitarem viajar para o exterior.
A parada brutal da chegada de americanos na França preocupa o setor hoteleiro do país uma vez que os EUA são responsáveis pelo maior contingente de turistas estrangeiros na grande Paris, com 2,6 milhões de hospedagens em hotéis da região de Île-de-France em 2019.
A Umih, a principal organização da indústria hoteleira e de alimentação da França, 95% dos hotéis, cafés e restaurantes já são afetados por uma queda na frequentação devido à epidemia de Covid-19.
Mercados
A medida de Trump assusta os mercados, que seguem de olho nos impactos do coronavírus na atividade econômica mundial.
O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, iniciou o dia em leilão e despencou. Na manhã desta quinta-feira (12) foi acionado o chamado “circuit breaker” – sistema que interrompe os negócios automaticamente quando a queda supera 10%.
A bolsa brasileira acompanham os mercados externos, que tiveram quedas acentuadas. Na Europa, as bolsas operam em queda de mais de 6%, acumulando perdas de quase 30% em um mês.
Os preços do petróleo têm mais um dia de queda acentuada, recuando cerca de 6% pela manhã.

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