[ad_1]


China, Itália, Irã e Coreia do Sul estão entre os mais afetados pela pandemia; Brasil não promoveu ações em larga escala. Covid-19 é leve na maior parte das vezes, mas se espalha muito rapidamente e pode levar ao colapso o sistema de saúde de um país. Em Pioltello, perto de Milão, na Itália, pessoas usam máscara para ir ao supermercado em meio a quarentena imposta em toda a Itália para frear o coronavírus
Reuters/Flavio Lo Scalzo
O surto mundial de coronavírus – classificado como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta quarta-feira (12) – fez governos de outros países tomarem algumas das medidas mais radicais já vistas em tempos recentes para conter a disseminação de uma doença. No mundo todo, a Covid-19 já matou mais de 4,5 mil pessoas.
Na China, cidades inteiras ficaram isoladas e houve interrupção total do transporte público.
Na Itália, serviços considerados não essenciais, como lojas e bares, foram suspensos em todo o país.
No Irã, mais de 70 mil presos foram temporariamente soltos depois da confirmação de infecções entre detentos.
A Coreia do Sul incentivou ativamente empresas a adotar o trabalho remoto (home office).
Os Estados Unidos proibiram a chegada de pessoas vindas da Europa caso elas não tenham residência no país.
A França anunciou fechamento de escolas e universidades.
Especialistas explicam que, num cenário como esse, ações extremas são justificáveis. O principal objetivo, segundo eles, é controlar a velocidade com que o vírus se espalha.
Em um relatório divulgado nesta terça-feira (10) sobre a situação da pandemia, a OMS defendeu que “a restrição de deslocamento das pessoas deve ser proporcional ao risco à saúde pública, de curta duração e periodicamente revisada ao passo em que mais informações sobre o vírus, a epidemiologia da doença e características clínicas se tornam disponíveis”.
A Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, é leve na maior parte das vezes, mas se espalha muito rapidamente. Dessa forma, o número de casos graves da doença, ainda que limitado, é capaz de levar ao colapso o sistema de saúde de um país.
“A gente não classifica a Itália como um país cujo sistema de saúde é frágil”, afirma Margaret Harris, porta-voz da OMS. “E, no entanto, o sistema de saúde deles foi sobrecarregado. Isso mostra como que mesmo um bom sistema de saúde pode ser sobrecarregado rapidamente.”
Especialistas apontam para a importância de se adotar medidas para que a doença se alastre com menor velocidade, uma vez que leitos de UTI e equipamentos básicos, como respiradores artificiais, são limitados.
No Twitter, foi criada uma campanha batizada de #FlattenTheCurve (algo como “achatar a curva”), em referência ao gráfico que mostra a disseminação da doença (veja abaixo).
Gráfico elaborado pelo cientista Drew Harris mostra como medidas de prevenção podem retardar o contágio da Covid-19 e evitar o colapso do sistema de saúde
Carl Bergstrom e Esther Kim/CC BY 2.0
Veja que medidas empresas estão tomando para lidar com vírus
Coronavírus: veja perguntas e respostas
Brasil sem medida em larga escala
No Brasil, até a última atualização desta reportagem, nenhuma medida havia sido tomada em larga escala para conter a disseminação do vírus em âmbito nacional.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decretou a suspensão das aulas na rede pública e privada por cinco dias. A medida foi criticada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Governo do DF assina decreto que suspende aulas e eventos a partir desta quinta (12)
Os quatro países mais afetados
O G1 listou as principais medidas tomadas pelos quatro países mais afetados pelo coronavírus em número de casos registrados: China, Itália, Irã e Coreia do Sul.
Juntos, eles concentram 90,35% dos registros feitos desde o início da epidemia. Mas a doença tem se espalhado rapidamente – um levantamento do G1 mostra que metade dos países com coronavírus notificou o 1º caso apenas em março.
Dos quatro países, todos cancelaram as aulas em escolas e faculdades. Três também chegaram a restringir, em ao menos uma área, o deslocamento entre regiões.
A exceção é a Coreia do Sul, que adotou o monitoramento ostensivo de casos suspeitos e de pessoas próximas. As autoridades usam imagens de câmeras de vigilância e até dados do uso do cartão de crédito para saber por onde passaram os contaminados.
Mudanças na jornada de trabalho também são comuns nos países mais afetados: houve paralisações parciais ou totais em fábricas; a Coreia do Sul incentivou empresas a adotar home office ou escalas emergenciais, financiando pequenas e médias empresas que pudessem ter problemas com a medida.
Veja algumas das principais medidas tomadas por esses países:
China
5 de março – Médicos (na parte de cima da imagem) passam por camas vazias enquanto um paciente descansa em um hospital temporário criado para pacientes com o novo coronavírus COVID-19 em um estádio de esportes em Wuhan, na província central de Hubei, na China
AFP
Isolou cidades inteiras.
Suspensão total da circulação do transporte público nas cidades e regiões mais afetadas.
Paralisação de todas as atividades em Wuhan, cidade epicentro do coronavírus, com recomendação para que todos os cidadãos permanecessem em casa.
Paralisação parcial ou total da indústria e de serviços em dezenas de localidades.
Cancelamento das comemorações do Ano Novo chinês, o principal feriado do país.
Construção emergencial de hospitais; um deles ficou pronto em dez dias.
Itália
Restaurante fica vazio em Veneza; governo da Itália ampliou quarentena para tentar frear o coronavírus
Manuel Silvestri/AP
Fechamento total de comércio e serviços considerados não essenciais em todo o país, como funcionamento de lojas e restaurantes.
Circulação de pessoas entre cidades fica restrita a motivos relacionados a trabalho ou saúde
Proibição de reuniões públicas, inclusive cerimônias religiosas como funerais e casamentos
Fechamento de escolas e faculdades
Suspensão de todos os eventos esportivos, incluindo futebol
Limitação de visitas em hospitais e outras unidades de saúde
Irã
Trabalhadores desinfetam vagões de metrô em Teerã, no Irã, na manhã de terça-feira (25), contra o novo coronavírus.
Sajjad Safari/IIPA via AP
Formação de 300 mil equipes de monitoramento do surto de porta em porta.
Restrição de deslocamento entre províncias.
Libertação temporária de mais de 70 mil presos.
Cancelamento de eventos públicos, incluindo o Ano Novo, comemorado no fim de março.
Cancelamentos de aulas em escolas e faculdades.
Redução da jornada de trabalho.
Coreia do Sul rastreia casos suspeitos
Coreia do Sul – Equipe médica usa trajes de proteção em ‘drive-thru’ de centro montado para realizar testes de coronavírus no Centro Médico da Universidade Yeungnam, em Daegu
Reuters/Kim Kyung-Hoon/File Photo
Adoção de testes em massa da população. Os parentes de todas as pessoas contaminadas são procurados sistematicamente para que façam testes.
Rastreamento de pacientes suspeitos por meio de imagens de videovigilância, uso do cartão de crédito ou de telefone celular.
Envio de SMS à população quando um novo caso é confirmado na área.
Fechamento de escolas e faculdades.
Incentivos para que empresas, incluindo pequenas e médias, deixem os funcionários trabalhando de casa ou em horários flexíveis.
Limpeza e desinfecção de algumas das principais estações de metrô.
EUA restringiram viagens
O governo dos Estados Unidos impôs nesta quarta-feira (11) uma série de restrições de viagem.
As medidas, que passam a valer nesta sexta-feira (13), incluem a proibição de entrada em território americano de todos os estrangeiros que estiveram nos 26 países europeus da chamada Zona Schengen — área de livre circulação de pessoas no continente.
Nesta quinta, vários estados americanos impuseram medidas restritivas duras. O estado de Nova York proibiu reuniões com mais de 500 pessoas. Com a regra, espetáculos da Broadway ficarão cancelados.
França incentivou trabalho à distância
Além de fechar escolas e universidades “até segunda ordem”, o presidente da França, Emmanuel Macron, pediu a todas pediu a todas as pessoas com mais de 70 anos, doentes crônicos ou com problemas respiratórios que fiquem em casa o máximo possível.
Ele também pediu que empresas facilitem o trabalho à distância pelos próximos dias.
*Colaboraram Lara Pinheiro e Lucas Vidigal
Initial plugin text

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui